A OpenAI, empresa que pesquisa o desenvolvimento da inteligência artificial, criou uma nova ferramenta que permite traduzir ordens em inglês para linhas de código de programação. A função, chamada “Codex”, não precisa nem mesmo de termos literais para funcionar e poderá ser usada até mesmo por não iniciados na área.

Isso porque, em demonstrações apresentadas pela companhia, a Codex conseguiu construir páginas web simples e até mesmo alguns minijogos mais rudimentares, simplesmente com frases como “criar uma página com um menu lateral e título no topo”. O objetivo é facilitar o trabalho de programadores de diversas indústrias, bem como incentivar o estudo e entrada de novos profissionais neste mercado de trabalho.

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“Nós vemos isso como uma ferramenta para multiplicar programadores”, disse Greg Brockman, co-fundador e CTO da OpenAI. “A programação tem duas partes essenciais: você tem que ‘pensar muito sobre um problema para entendê-lo’ e também ‘mapear pequenos pedaços no código já existente, independente de ser uma biblioteca, uma função ou uma API’. Essa segunda parte é a mais tediosa, pois precisa de pessoas que já sejam programadoras para conduzir esse ‘trabalho braçal’”.

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A Codex foi construída usando como base o GPT-3, o modelo de geração de linguagem da OpenAI, e cujas capacidades de machine learning vieram de um extenso treino de várias fontes da internet. o GPT-3 já conseguia gerar códigos de forma autônoma, mas o Codex vai muito além, sendo especificamente treinado por meio de repositórios de código aberto espalhados pela internet.

A OpenAI, porém, pretende adicionar valor monetário à Codex: embora a novidade esteja sendo lançada como uma API livre, eventualmente a empresa pretende cobrar pelo seu acesso, no intuito de gerar valor para seus investidores. A empresa, porém, informou que não quer usar a ferramenta para criar seus próprios programas.

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Evidentemente, sendo uma ferramenta ainda em estágios iniciais, a Codex não é livre de falhas: em uma apresentação feita ao site The Verge, Brockman mostrou comandos simples que se traduziam facilmente na tela – “adicione essa imagem de uma pessoa à página e faça ela ser controlável com as setas do teclado”. Tudo funcionou bem, até que perceberam que a “pessoa” continuamente deixava o campo de visualização. O comando “Certifique-se de que a pessoa não possa sair da página” corrigiu isso, porém não sem um custo: por alguma razão, a imagem passou a ficar “chapada” na tela.

“Há vezes em que ela não sabe exatamente o que você pediu”, disse Brockman. “Então você tem que pensar um pouquinho sobre o que está acontecendo, mas nada que precise de muito aprofundamento”.

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Ainda não há uma previsão para um lançamento completo da ferramenta, mas Brockman ressalta que a Microsoft já demonstrou interesse na tecnologia: o CTO mencionou à empresa fundada por Bill Gates a capacidade de controlar páginas inteiras com palavras, gerando um interesse em explorar a nova ferramenta.

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