“A estrela d’alva no céu desponta.” Há mais de 80 anos, Braguinha compôs a marchinha que tem na voz de Dalva de Oliveira sua melhor interpretação. Mas, em 1937, o compositor dificilmente imaginaria uma imagem tão linda daquela estrela que é, na verdade, o planeta Vênus. Na última segunda-feira (9), o Orbitador Solar da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Nasa passou pertinho do vizinho da Terra e captou belos retratos.

Assim como a lua tonta da letra de ‘As Pastorinhas’, a imagem é de tirar o fôlego. A espaçonave passou a menos de 8 mil quilômetros da superfície de Vênus e o telescópio capturou uma visão brilhante do planeta, uma luminosidade tão intensa que pode mesmo confundir aqueles que apelidam o planeta de estrela. Confira:

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Mas, vamos aos fatos: o que acontece na incrível sobreposição é que Vênus vem se aproximando da esquerda, enquanto o Sol está fora do quadro, no canto superior direito. Assim, o lado noturno do planeta, a parte escondida do Sol, aparece como um semicíruclo escuro, cercado por um crescente de luz, o lado “incrivelmente brilhante” (palavras da Nasa, não de Braguinha) de Vênus iluminado pelo astro.

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“Idealmente, teríamos sido capazes de resolver algumas características no lado noturno do planeta, mas havia sinais demais do lado diurno. Apenas uma fatia do lado diurno aparece nas imagens, mas reflete luz solar suficiente para causar o crescente brilhante e os raios difratados que parecem vir da superfície”, explicou Phillip Hess, astrofísico do Laboratório de Pesquisa Naval em Washington DC, ao site da Nasa.

Além do planeta vizinho, duas estrelas brilhantes são visíveis no fundo da sequência. Do lado direito está Omicron Tauri, estrela da constelação de Touro, e, do lado esquerdo acima, Xi Tauri, um sistema estelar quádruplo da mesma constelação.

Este foi o segundo sobrevoo do Orbitador Solar em Vênus. Outras seis passagens da espaçonave sobre o planeta estão programadas para acontecer entre 2022 e 2030. O equipamento da ESA e da Nasa usa a gravidade da “estrela dalva” para chegar mais perto do Sol e inclinar sua órbita, girando para cima e para fora, de modo que veja o astro do Sistema Solar quando olha para baixo. Assim, o orbitador deve capturar as primeiras imagens dos polos norte e sul do Sol.

Com o trabalho do Orbitador Solar, com certeza as pastorinhas cantariam lindos versos de amor na rua.

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