Variante Delta avança no Brasil com mais agilidade do que a Gama

Por Isabela Silveira, editado por Lyncon Pradella 12/08/2021 14h15
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As estatísticas de saúde indicam que os primeiros meses de avanço da variante Delta do coronavírus no Brasil está sendo mais rápido em comparação a disseminação da variante Gama, identificada em Manaus no ano passado. Especialistas dizem que ainda é cedo para fazer conclusões e projeções, mas alertam para o fato de que a nova variante cresce mesmo ao encontrar população parcialmente vacinada e número total de casos em declínio.

De acordo com O Globo, do segundo para o terceiro mês em que a variante Gama surgiu em Manaus, ela duplicou a transmissibilidade da cepa original do coronavírus, de 11,5% para 23,6% dos casos entre dezembro e janeiro. Já a Delta, conhecida pela alta capacidade de disseminação, multiplicou sua cota para nove em um período de tempo similar (de 2,3% para 21,5% entre junho e julho).

Além disso, enquanto a variante brasileira se espalhou em um momento de crescimento da pandemia no país, a Delta avança à medida que as taxas de contaminação declinam (de 2 milhões para 1,3 milhão de casos por mês).

Duas diferenças de contexto entre os números dessas variantes preocupam os especialistas. Primeiro, enquanto a Gama começou a se espalhar no Brasil em uma população ainda não vacinada, a Delta já encontrou certa resistência parcial, pois entre junho e julho de 2021 a taxa de população plenamente vacinada no Brasil subiu de 10% para 40%. Mesmo assim, espalhou-se com mais agilidade.

Em segundo lugar, a alta transmissibilidade da variante Delta tem feito com que ela avance não apenas em países com índices incipientes de vacinação, como o Brasil, mas também no número absoluto de casos em todo o mundo, inclusive em locais que já haviam praticamente erradicado a doença, a China por exemplo.

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Cepa Delta do coronavírus teve avanço mais rápido do que a Gama no Brasil. Apesar da alta taxa de transmissão, especialistas afirmam que as vacinas são seguras contra formas grave da doença, mesmo entre as variações. Créditos: Shutterstock

Em contrapartida, os dados revelam que a taxa de mortalidade pela Delta não parece acompanhar sua assustadora capacidade de transmissão, apesar de pesquisas indicarem que a cepa é potencialmente mais perigosa.

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, uma pequena parcela (cerca de 5%) dos casos da Delta no país resultaram em morte. O fato certamente está relacionado com os números da vacinação, indicando que a maioria das vacinas disponíveis até o momento protegem as pessoas de complicações relacionadas à doença, independente da variante.

Ainda assim, é preciso lembrar que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) não se desenvolve da maneira ideal a ponto de trazer alívio para a população, nem por sua velocidade nem mesmo pela igualdade doses aplicadas em cada região do país. Ocorre que, com taxas tão irregulares, o risco oferecido pela Delta se estende – bem como pode acarretar em novas mutações ainda mais transmissíveis.

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Redator(a)

Isabela Silveira é redator(a) no Olhar Digital

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.