Além da Activision Blizzard, a Justiça da Califórnia, nos Estados Unidos (EUA), também está analisando o caso envolvendo “práticas ilegais no local de trabalho” dentro da Riot Games, de acordo com comunicado divulgado nesta terça-feira (17). A desenvolvedora de ‘League of Legends’ e ‘Valorant’ recebeu “uma bronca” publicamente por ter, mais uma vez, atrasado as investigações sobre episódios envolvendo abuso, discriminação e assédios sexuais.
A declaração do Departamento de Moradia e Emprego Justo da Califórnia (DFEH) acusa a empresa de não informar devidamente as “mais de 100 funcionárias” sobre o direito de falar com o governo sobre casos de assédio, discriminação e qualquer tipo de violência. Aos tribunais, a entidade pede para que a gestão estadual “obrigue a Riot Games Inc. a cumprir a ordem de enviar um aviso aos trabalhadores sobre seus direitos de contatar” a Justiça.
Em 2018, uma extensa investigação feita pelo site Kotaku revelou que o estúdio promoveu um ambiente “no qual contratadas eram assediadas, menosprezadas e rejeitadas para promoção”. Em novembro daquele ano, uma atual e outra ex-empregada entraram com uma ação coletiva acusando a Riot de “discriminação de gênero”. Um ano depois, a Riot resolveu o caso investindo US$ 10 milhões no pagamento de indenização à atuais e ex-funcionárias que trabalharam na empresa entre 2014 e 2019.
Inclusive, o CEO da Riot, Nicolo Laurent, chegou a ser acusado de assediar uma assistente-executiva, porém a força-tarefa especial encarregada de investigar a alegação não encontrou “nenhuma evidência” de transgressão.
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A investigação feita pelo DFEH ainda aponta existir um acordo secreto entre a empresa e as funcionárias que “as proíbem de falar abertamente com o governo sobre possíveis casos de assédio sexual e outras violações”. Por essa razão, o departamento solicitou aos tribunais da Califórnia que obrigassem a Riot a emitir um aviso explícito informando os funcionários sobre os direitos de falar com a Justiça independentemente do ocorrido ou de quaisquer acordos contratuais que possam ter assinado.
O DFEH afirma também que tais acordos têm, além de tom intimidador e ameaçador, “um efeito inibidor sobre a disposição dos indivíduos de apresentar informações que podem ser importantes para a Justiça, pois busca promover (…) a eliminação de provas sobre a discriminação e assédio no ambiente de trabalho”.
Os tribunais atenderam ao pedido do departamento e ordenaram que a Riot Games emitisse uma notificação corretiva e pública aos funcionários. Porém, conforme a Justiça californiana afirma, a empresa ainda não o fez dois meses depois após solicitado, algo que atrasa o andamento das investigações.
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Um novo “alerta” deve ser emitido à empresa, mas ao portal de tecnologia The Verge, a Riot afirmou que “avisos estão sendo enviados a ex-funcionários para confirmar que os acordos rescisórios da empresa nunca proibiram de forma alguma falar com o governo”. O porta-voz da desenvolvedora ainda refutou as alegações do DFEH sobre tentativas de omitir informações, apontando que “não há nada acordado que proíbe o antigo ou atual empregado de relatar possíveis violações de leis ou regulamentos federais/estaduais à Justiça”.
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