A agência espacial do Japão — a JAXA — anunciou a execução bem sucedida de um teste de um novo motor para foguetes, possivelmente estabelecendo um novo paradigma à exploração espacial.
O modelo ainda é um conceito, e funciona por meio de explosões controladas, detonadas em um anel circular acoplado à base de um foguete. O resultado disso é a possibilidade de exploração espacial profunda mesmo com um grau bem menor de propulsão, com o uso bem reduzido de combustível.
O interessante é que essa tecnologia também está sendo estudada por cientistas no Ocidente, então essa “universalização” de ideias pode fazer com que o modelo seja adotado como padrão no futuro.
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O teste foi executado no dia 27 de julho de 2021, com o lançamento de um foguete de aproximadamente nove metros (m) de altura, saindo do Centro Espacial Uchinoura. A detonação ocorreu a quase 235 quilômetros (km) de altura. Depois, os especialistas recuperaram a cápsula do oceano e analisaram os dados obtidos, concluindo o sucesso da operação.
“Nós temos o objetivo de colocar essa tecnologia em aplicações práticas em até cinco anos”, disse Jiro Kasahara, professor da Universidade de Nagoya que está trabalhando no desenvolvimento do novo modelo de propulsão junto à JAXA, ao Japan Times.
O foguete foi lançado com uma mistura de metano e oxigênio como combustíveis, executando os disparos controlados em um período de aproximadamente seis segundos após a separação do primeiro estágio. O anel de detonação disparou três vezes, e cada uma era separada por um segundo “pulso” mais poderoso. Ao todo, foram gerados cerca de 500 newtons (N) de força de aceleração.
Foguetes comuns produzem muitas e muitas vezes mais aceleração que isso — alguns chegam à casa dos “meganewtons” de capacidade, dependendo do propulsor, peso do foguete, carga a bordo etc. O lado ruim é que “maior aceleração explosiva” é igual a “mais combustível queimado”. O experimento japonês mostrou que é possível atingir graus aceitáveis de aceleração dentro de um cenário mais econômico, consequentemente sendo mais amigável ao meio ambiente e reduzidno os custos de abastecimento de um foguete.
Segundo a JAXA, os dados apontam que este modelo circular, mesmo com aceleração bem menor, também consegue nos levar à exploração aprofundada do espaço sem nenhum tipo de perda.
“Estou feliz de que o foguete tenha sido lançado em segurança”, disse Shinsuke Takeuchi, professor associado na JAXA e líder do teste. Ele também afirmou que espera que os resultados do experimento tenham um reflexo nas conquistas futuras da comunidade acadêmica.
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