“Problemas técnicos” levam Rússia a adiar primeira missão lunar em décadas

Lançamento estava previsto para 1º de outubro de 2021, mas erros vistos em testes jogaram a missão Luna-25 para maio de 2022
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 24/08/2021 18h11, atualizada em 25/08/2021 10h43
Ilustração mostra a bandeira da Rússia pintada sobre a superfície da Lua
Imagem: The Cuevax/Shutterstock
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Especialistas encontraram uma série de “problemas técnicos”, forçando a Rússia a adiar o lançamento da Luna-25, sua primeira missão lunar em décadas. Originalmente prevista para o dia 1º de outubro, agora a missão só sairá da Terra em maio de 2022, com uma data exata ainda a ser estipulada.

Segundo comunicado divulgado pela NPO Lavochkin (também conhecida por “Associação de Pesquisa e Produção Lavochkin”), “mais tempo” é necessário para a condução de testes do que seria o envio de uma sonda para a coleta de amostras de gelo no Polo Sul da Lua.

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A sonda Luna-25, que apresentou problemas técnicos e forçou a Rússia a adiar sua missão lunar para 2022
Sonda Luna-25 será enviada ao Pólo Sul da Lua para coletar amostras rochosas e de gelo. Imagem: Roscosmos/Divulgação

A missão Luna-25 será a segunda a posicionar a Rússia em nosso satélite, 45 anos após o envio de seu primeiro projeto do tipo. Não só isso, ela também será a primeira da Rússia após a queda da União Soviética. Segundo o chefe de engenharia da NPO Lavoshckin, Alexander Shirshakov, o problema foi visto no sistema de pouso da nave que leva o nome da missão.

Com o adiamento, a corrida pelo retorno à Lua segue acesa, uma vez que a China voltou com amostras de rochas lunares à Terra em dezembro de 2020. Antes dela, foi a Rússia a última a pisar em solo lunar, com a missão Luna-24, em agosto de 1976. No lado ocidental, a Nasa prometeu levar o homem de volta ao nosso satélite natural em 2024, mas problemas no desenvolvimento de novos trajes espaciais provavelmente forçarão o adiamento disso até 2025.

O programa espacial russo vem tentando recuperar sua imagem após uma série de percalços que vem sofrendo desde 2020: no ano passado, o país perdeu o monopólio de voos tripulados à Estação Espacial Internacional (ISS) para a SpaceX, empresa de Elon Musk. Além disso, escândalos de corrupção e cortes de orçamento tornaram a vida dos membros do programa mais difícil.

Isso, e também vimos aquele incidente com o módulo Nauka,que chegou à ISS com um atraso de 13 anos.

Entretanto, a Rússia também anunciou alguns empreendimentos de interesse globalizado: junto da China, o país pretende criar uma estação espacial lunar, e a Roscosmos, agência espacial russa, está planejando uma viagem até Vênus.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital