Japão deve construir túnel submarino para descartar água radioativa de Fukushima

Por Edson Kaique Lima, editado por Rafael Rigues 26/08/2021 00h57, atualizada em 26/08/2021 11h02
Tanques de armazenamento de água de Fukushima
Tanques de armazenamento de água de Fukushima deverão ficar cheios no final de 2022. Crédito: Kazuhiro Nogi/Reprodução
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A administradora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, anunciou que planeja construir um túnel submarino para descartar com segurança a água radioativa da usina, que foi destruída por um terremoto em 2011. Atualmente, mais de um milhão de litros de água radioativa tratada estão acumulados em tanques enormes, que estão em vias de transbordar, e esse líquido precisa ser descartado.

A ideia das autoridades era despejar a água diretamente no mar, mas entidades que representam os interesses de pescadores fizeram forte oposição a esse modelo de descarte. Para resolver esse impasse, foi proposta a ideia de construir um túnel com cerca de um quilômetro de comprimento para manter a água contaminada o mais longe possível da costa, que é onde estão os peixes.

Solução polêmica

Contudo, essa solução não é vista como a melhor por todas as partes interessadas. Entidades de defesa do meio ambiente e países vizinhos pedem que o Japão não despeje a água em nenhuma parte do oceano. Porém, com o transbordamento dos tanques de armazenamento cada vez mais próximo e falta de alternativas viáveis, parece que o descarte será mesmo no mar.

Em partes, a motivação da administradora da usina em cavar o túnel é melhorar sua imagem perante ao público, já que despejar essa água diretamente no mar causaria a percepção de que a empresa estaria prejudicando a vida marinha e a indústria da pesca. Porém, apenas permitir o transbordamento dos tanques causaria um desastre ambiental bem pior do que despejar a água tratada no oceano.

Água radioativa tratada

Imagem ilustrativa de um túnel
Túnel deve ficar a 12 metros da superfície, em um local onde a água deve se juntar ao oceano sem causar muitos danos. Crédito: CC0 Domínio Público/PXFuel

Vale lembrar que, apesar de radioativa, essa água recebeu tratamento, o que faz as autoridades japonesas defenderem que seu descarte em nada afetaria a vida marinha da região. No entanto, os pescadores têm medo de que a “propaganda negativa” de que eles estariam vendendo “peixes radioativos” possa prejudicar suas vendas.

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Ainda não há uma previsão sobre quando o túnel submarino começará a ser perfurado, porém, espera-se que ele seja resistente a terremotos e desemboque 12 metros abaixo da superfície. Apesar de os tanques atingirem sua capacidade máxima no ano que vem, a liberação da água deve começar apenas em 2023, e a expectativa é que a água se misture ao Oceano Pacífico sem causar danos.

Via: Tech Xplore

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Redator(a)

Edson Kaique Lima é redator(a) no Olhar Digital

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital