A missão Artemis I, parte do projeto da Nasa para levar o homem de volta à Lua, deve atrasar seu lançamento. A informação não é confirmada pela agência espacial americana, mas o Ars Technica citou fonte que “garantiu” que o lançamento do foguete SLS (Space Launch System), primário à missão, deve ficar para a “primavera de 2022” – ou seja, entre março e junho do ano que vem.

Tudo indica que é o avanço da pandemia da Covid-19 – que passa por uma ressurgência nos Estados Unidos devido à recusa de membros da população recusarem as vacinas de prevenção – que vem impactando negativamente o calendário da Nasa.

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Ilustração mostra a espaçonave Orion e o foguete SLS, da Nasa. Ambos serão usados no lançamento da missão Artemis I, mas fontes indicam severo atraso no calendário
O conjunto formado pelo SLS e pela nave Orion, da Nasa: espaçonave levará o homem de volta à Lua, mas fontes sinalizam atraso no lançamento da primeira de muitas missões. Imagem: Nasa/Divulgação

“A agência continua a monitorar o aumento de casos da Covid-19 na região de Kennedy, combinando com outros fatores como o clima e as operações de primeira resposta, e como tudo isso influencia nossa agenda de operações”, disse Kathryn Hambleton, porta-voz da Nasa. “Caminhando um passo de cada vez, nós estamos progredindo para o lançamento tal qual mantemos nosso time o mais seguro possível”.

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Oficialmente, a Nasa parece ainda reconhecer “até o final de 2021” como lançamento da missão Artemis I, mas a agência reconhece que está com um atraso de pelo menos dois meses. Atualmente, a agência terminou a montagem do foguete SLS, já com seus motores de propulsão e um componente de testes que simula a massa da nave Orion, que viajará acoplada a ele. O intuito é fazer testes de vibração no conjunto, entendendo a diferença entre as vibrações que ele próprio produz com seus movimentos, versus aquelas trazidas por fatores externos.

O problema: o calendário original previa o fim desses testes no final de junho.

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Depois dos testes de vibração, a Nasa vai remover o componente que imita a espaçonave para instalar…a própria espaçonave (um processo que pode levar até três semanas). Em seguida, o conjunto será levado à plataforma de lançamento e verticalizado. Depois de outros testes minoritários, será a vez da avaliação estrutural de conjunto: foguete e nave terão seus tanques preenchidos com combustível em uma simulação de lançamento que imitará todo o processo real, exceto pela parte do disparo dos propulsores.

Segundo a fonte do Ars Technica, essa parte deve ocorrer apenas entre novembro e dezembro. Depois disso, o conjunto volta para o armazém de montagem para checagens finais e alguns testes secundários.

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Presumindo que tudo isso corra dentro do planejado, sem erros, aí sim o foguete estará pronto para lançamento. Se não, o conjunto será desmontado para identificar os erros encontrados, e o foguete só subirá para fora da Terra no verão americano (a partir de julho do ano que vem).

Ao Ars Technica, Hambleton disse que a Nasa deve divulgar um calendário atualizado de testes, contemplando todo o processo até o lançamento. “Como sempre”, ela disse, “nós só vamos lançar quando soubermos que tudo está dentro do esperado”.

A missão Artemis I é apenas a primeira de todo um projeto homônimo. Não tripulada, ela servirá como a abertura desse empreitada, além de atender a testes reais da proteção térmica da Orion. A ideia é que o conjunto formado pela espaçonave e o foguete SLS passe em torno de seis dias em órbita retrógrada da Lua, retornando à Terra em seguida. Somente a partir daí, com a missão, Artemis II, é que a tripulação de astronautas começa a viajar para o espaço.

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