Pode ser a tecnologia de bicicletas mais revolucionária desde a invenção dos pedais (sim, as primeiras bicicletas não tinham pedais). A empresa de motores alemã Schaeffler revelou um novo sistema que promete funcionar melhor que as e-bikes – e com menos culpa na consciência para quem quer se exercitar.

A ideia do Free Drive, como é chamado, é simples: acabar com a corrente que liga os pedais à roda. No lugar disso, há um gerador no pedal e um motor elétrico na roda. A energia produzida pelo movimento dos pedais é convertida em eletricidade e, depois, de novo, em movimento. O cabo substitui a corrente na transmissão dessa energia.

Tecnologia de bicicletas Free Drive
Tecnologia de bicicletas Free Drive, no qual a energia é transmitida por fios (Divulgação)

Uma e-bike, em contraste, tem correntes que são movidas tanto pelo motor quanto força humana, com o motor entrando em ação quando a força humana não é suficiente. E atuando até acabar a bateria. A energia extra vem da tomada, não do ciclista.

A tecnologia que salva a bicicleta da ladeira

No que isso ajuda na subida? No fato de essa força não ser sempre equivalente ao esforço do motor. Uma tecnologia Free Drive tem, de fato, uma bateria, que é carregada em momentos que não exigem tanta força.

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Se você pedalou mais que o necessário na reta, ou pedalou na ladeira – e há também um sistema de freios regenerativos guardando parte da força na bateria – essa energia extra poderá ser usada na subida. Portanto, você não precisa pedalar mais pesado pra subir. E a força gerada pode ser regulada a qualquer momento, pedalando mais intensamente mais para carregar mais a bateria.

Em comparação com uma e-bike, não há autonomia máxima. A máxima é o que você aguenta, podendo recarregar com os próprios pés há qualquer momento. E, se não quiser usar sua força, pode pré-carregar numa tomada.

Desvantagem que pode ser vantagem

Não é um milagre. Naturalmente, a bateria tem um limite, e ladeiras em excesso podem exigir pedalar com força total ou descer para empurrar.

Há também um custo geral no desperdício de energia entre produzir no dínamo, transmitir, e reproduzir no motor. Parte dela é dissipada como calor. Essa perda foi calculada em 5%.

Significa que, no percurso inteiro, você vai ter gasto mais energia do que se tivesse pedalado do mesmo jeito que o vovô fazia, com mais força na subida, menos na descida. Mas mais energia significa mais calorias: no fim das contas, talvez seja exatamente o que ciclista quer, uma energia melhor distribuída, e não dividida com a conta de luz.

Por fim, o motor. Com 250W, é menos que o limite do que é considerado bicicleta elétrica no Brasil, de 350 W. É um sistema calculado para a lei alemã. Dependendo da ladeira, e do peso do operador, pode exigir paciência.

A gente só falou em ciclismo recreativo, mas um uso sugerido pelo fabricante para sua tecnologia também é o profissional na bicileta. Entregadores definitivamente se sentirão muito mais à vontade com um auxílio desse tipo.

Via electrek

Imagem: Kuznetcov_Konstantin/Shutterstock\

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