Um dispositivo que retira naves de órbita – basicamente, uma vela – será lançado ao espaço por cientistas da Universidade de Purdue para fins de teste prático na próxima quinta-feira (2). A missão vai sair da base de Vanderbeg, mantida na Califórnia pela Space Force, e será transmitida pelos Everyday Astronaut.
A desorbitação é um processo que ocorre naturalmente quando uma espaçonave chega ao fim de sua vida útil: de forma controlada, algumas embarcações têm seus sistemas desligados e seus controladores a “deixam cair” em direção à Terra ou qualquer outro corpo celeste cuja órbita elas ocupam.
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O problema é que, em alguns casos, fatores variados podem fazer com que a reentrada do objeto se torne perigosa: em planetas não habitados, isso não é tanto um problema, mas na Terra, a falta de controle da desorbitação pode torná-lo um risco, já que ele pode cair em zonas habitadas. Fora que a desorbitação natural pode levar entre dias e anos, dependendo de cada nave.
O dispositivo de desorbitação – uma vela chamada “Spinnaker3” – se acopla à nave, arrastando-a de sua órbita para uma posição de reentrada segura na atmosfera, desengatando a embarcação e deixando-a cair de forma inteligente.
Um benefício extra desse processo é o fato de que a desorbitação acelerada pode ajudar a reduzir o acúmulo de lixo espacial – uma preocupação constante de astrônomos e outros membros da comunidade científica.
No teste do dia 2, os cientistas de Purdue pretendem acoplar o Spinnaker3 ao estágio superior do foguete Alpha, fabricado pela Firefly Aerospace. Segundo expectativa, o processo de desorbitação deve levar até 15 dias, ao invés dos 25 necessários se isso fosse feito naturalmente.
O projeto ficou um ano em desenvolvimento, envolvendo estudantes e professores da universidade – todos liderados por David Spencer, que além de professor adjunto na Purdue, é fundador da startup Vestigo Aerospace. A universidade licenciou à companhia a tecnologia necessária, e a empresa já está em processo de fabricar uma linha inteira de dispositivos de desorbitação.
Se tudo der certo, o plano é que a Vestigo ofereça o Spinnaker3 a empresas de exploração espacial, acoplando as velas às partes superiores (segundo ou terceiro estágio, dependendo do tamanho) dos foguetes, resgatando-os de lá de cima após as respectivas espaçonaves de desacoplarem deles.
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