Fundador da Anvisa diz que agência agiu certo em caso de Willian no Corinthians e explica possível demora

Por Lucas Soares, editado por Lyncon Pradella 13/09/2021 16h05, atualizada em 14/09/2021 16h52
willian Corinthians anvisa
Imagem: Divulgação Corinthians
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) barrou a estreia do jogador recém-contratado Willian, pelo Corinthians, no último domingo (12). A justificativa é de que o atleta não cumpriu o tempo de quarentena necessário para pessoas que chegam do Reino Unido no Brasil. No caso, são necessários 14 dias e o jogador estava no país a apenas 11. O principal argumento usado pelo clube é de que o órgão demorou para a fazer a notificação.

Em outro caso recente, a Anvisa paralisou uma partida entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo após quatro jogadores argentinos que atuam na Inglaterra estarem no campo sem terem passado pelo tempo mínimo de quarentena exigido no Brasil. Em ambas as situações, o órgão foi criticado por ter supostamente demorado para notificar os envolvidos.

Segundo o fundador e ex-presidente da Anvisa Gonzalo Vecina Neto, a agência agiu de forma correta nas duas ocasiões, além disso, a demora pode ser justificada devido a dificuldades com questões políticas. A própria agência explicou que tentou notificar antes os jogadores argentinos, mas não conseguiu ter acesso aos locais onde estavam.

“A agência agiu certo. Mas no caminho tinham muitas pedras”, explicou Vecina. Ainda segundo o fundador da Anvisa, a demora provavelmente foi ocasionada por questões burocráticas envolvendo as entidades relacionadas e que pode conta disso pareceu que a demora foi da agência.

Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, é fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. / Imagem: Captura de tela site FSP-USP

Entenda o caso de Willian com a Anvisa

Na noite de sábado (11), a Anvisa divulgou uma nota alertando que o jogador não poderia atuar por não ter cumprido quarentena de 14 dias após chegar da Inglaterra, em 1º de setembro.

No começo da noite, uma fiscal da Vigilância Sanitária foi ao hotel onde o Corinthians está hospedado na capital goiana. Em conversa com diretores do clube, ela explicou, inclusive, que Willian poderia ser preso se a determinação fosse descumprida. Horas depois, o Corinthians divulgou a lista de relacionados para a partida, sem o novo reforço.

Além do caso de Willian, a Anvisa também fez um alerta em relação a Andreas Pereira, do Flamengo, que também entraria em campo contra o Palmeiras, neste domingo (12).

Neste caso, o jogador está há 23 dias no Brasil e o clube rubro-negro disse que ficou surpreso com a determinação da agência reguladora.

Leia mais:

Anvisa e a Seleção da Argentina

Agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) invadiram o gramado da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, no domingo (5), para paralisar o jogo entre Brasil x Argentina pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022.

Mais cedo, a Anvisa havia pedido que a Polícia Federal (PF) tomasse providências contra 4 jogadores da seleção da Argentina que estão no país para o jogo contra a seleção brasileira.

De acordo com o órgão, Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso mentiram informações no formulário sanitário obrigatório para entrada no país. Os quatro jogam em times ingleses e viajantes que estiveram na África do Sul, Índia, Irlanda do Norte e Reino Unido nos últimos 14 dias estão proibidos de entrar no Brasil.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.