Modelos espaciais dispostos em livros mostram que os planetas do nosso sistema solar seguem padrões de órbitas iguais: eles têm seus próprios destinos, mas seus movimentos ao redor do Sol são regulares e precisos. Um novo estudo explica o motivo disso ocorrer, e encontra a melhor analogia para nos fazer entender. Spoiler: tem a ver com pizza.
“Imagine um pizzaiolo jogando para cima um pedaço da massa da pizza”, disse Nader Haghighipour, um astrônomo da Universidade do Havaí. “Conforme a massa gira, ela vai se expandindo, mas ao mesmo tempo, vai ficando mais e mais fina e achatada. Foi isso que aconteceu com o nosso sistema solar”.
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![Modelo do sistema solar mostra as órbitas relativamente iguais dos planetas em relação ao Sol](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/09/sistema-solar-orbitas-iguais-modelo.jpg)
Gastronomia italiana à parte, a comparação faz sentido: há cerca de 4,5 bilhões de anos, no início, o sistema solar era uma imensa nuvem de poeira cósmica e gás, girando na imensidão do espaço. Medindo cerca de 12 mil unidades astronômicas (ou “AU”, a distância média entre o Sol e a Terra, ou 150 milhões de km), seu giro fez com que ela fosse crescendo a ponto de se tornar tão grande que a sua própria massa entrou em colapso.
Conforme esse colapso avançava, a nuvem começou a se achatar. Enquanto isso, em seu centro, moléculas de gás como hidrogênio e hélio eram pressionadas umas com as outras a uma intensidade imensa fazendo com que elas esquentassem. Nessa pressão e temperatura, os dois gases se fundiram, iniciando uma reação de bilhões de anos de duração que eventualmente formaria uma nova estrela – o nosso Sol.
O Sol foi crescendo, ejetando ondas de radiação e calor e limpando o espaço ao redor das poeiras cósmicas da nuvem antiga e achatando ainda mais o ambiente. Eventualmente, foi formado o chamado “disco protoplanetário” que se movia na órbita da estrela, se estendendo por centenas de AU em todas as direções.
O resto da história você provavelmente já conhece: partículas da nuvem se juntaram, formando grãos milimétricos. Esses grãos foram crescendo por bilhões de anos, até que se tornaram imensos corpos celestes, dotados de gravidade própria, poderosa o suficiente para iniciar um processo de terraformação, eventualmente virando o que hoje nós conhecemos como “planetas”. Apesar de eles terem os mais variados tamanhos entre si, todos eles ficaram mais ou menos presos à mesma influência do Sol.
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