Um respeitado nome da indústria automotiva britânica está de volta. Responsável por alguns dos carros mais elegantes na história do país, como o “Grey Lady” dos anos 50, a Alvis anunciou nesta segunda-feira (27) a fabricação de seu primeiro modelo após um hiato de 50 anos.
Mas não se trata de um carro contemporâneo, com motor elétrico ou híbrido ou transmissão semiautomática. E sim o que chamam de “carro de continuação”, uma réplica com unidades limitadíssimas — no caso desta, apenas seis — que segue as premissas de um design do passado, às vezes até com os mesmos componentes de outrora.
Este primeiro modelo da Alvis leva o nome de Graber Super Coupé. Como no projeto original de 1967, a carroceria é toda construída em alumínio, incluindo as curvas sinuosas e os detalhes de design como a concha cromada no capô.

Fora isso, o diretor da montadora, Alan Stote, fez pequenos ajustes mecânicos, como aumentar a potência do motor em linha de seis cilindros para cerca de 172 cavalos — 42 a mais do que nos anos 60 — e adicionar cintos de segurança (que não eram obrigatórios à época) e suporte para ar-condicionado. Além do supercupê, serão construídos outros cinco modelos derivados da época pré e pós-2ª Guerra Mundial.
“Ver o Graber Super Coupé deixar a oficina em Kenilworth [centro-oeste da Inglaterra] pela primeira vez foi um grande momento para todos nós na Alvis”, explica Stote. “Nossa equipe dedicou a ele tanto trabalho duro nos últimos dois anos que é quase triste vê-lo ir embora.”

Os preços do Graber começam em 323 mil libras (cerca de R$ 2,4 milhões). A primeira unidade será expedida para o Japão.
Depois dele, a empresa vai focar na produção de outros dois modelos de continuação: o Graber Cabriolet e o Lancefield 3.4, o último originalmente fabricado para o Salão do Automóvel de Londres de 1938.

Tradição remonta ao pré-guerra
Fundada em 1919, a Alvis era uma das montadoras britânicas mais conhecidas antes da 2ª Guerra Mundial. Além de modelos de rua, a empresa de Coventry (meio-oeste da Inglaterra) fabricou veículos militares e motores para aviões.
A Alvis também chegou a ter uma breve trajetória no automobilismo, tendo sido uma das poucas fabricantes britânicas no pré-guerra a produzir monopostos para o circuito europeu de GPs (a modalidade que daria origem à Fórmula 1 no fim dos anos 40). Nenhum desses carros, no entanto, venceu uma corrida de prestígio, em uma época dominada por montadoras alemãs (Mercedes e Auto Union) e italianas (Alfa Romeo).
Depois da 2ª Guerra, a Alvis ainda chegou a produzir modelos de rua de luxo, como o “Grey Lady” e o TD21, ambos nos anos 50. Na década seguinte, a Rover comprou a fábrica de Coventry, que pararia de produzir em 1967.
Via Autocar
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