Principais páginas cristãs do Facebook eram administradas por fábricas de fake news em 2019

Lucas Soares30/09/2021 12h42
Ilustração de fake news no Facebook
BigNazik/Shutterstock
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Documentos internos do Facebook continuam vazando para a imprensa e dessa vez as informações reveladas pelo MIT Technology Review mostram que, em 2019, as principais páginas cristãs da rede social nos Estados Unidos eram administradas fábricas de fake news (também conhecidas como “fazendas de trolls”) localizadas no leste europeu.

Segundo os relatórios, mais de 75 milhões de usuários dessas páginas eram atingidos mensalmente por esses grupos. As organizações criminosas que administravam essas páginas estão principalmente em países como Macedônia e Kosovo.

Esse tipo de fábrica de fake news ganhou evidência durante as eleições presidenciais dos EUA de 2016, em que milhares de notícias falsas foram compartilhadas no Facebook em sites e páginas criadas em países do leste europeu. O Brasil também chegou a registrar a ação de grupos do tipo.

O estudo do Facebook, que encontrou onde essas páginas cristãs eram administradas, foi conduzido internamente antes das eleições presidenciais de 2020. Em 2016, a Rússia foi apontada como um país que tentou manipular o resultado eleitoral usando a rede social.

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Páginas cristãs no Facebook

“Nossa plataforma deu a maior voz na comunidade cristã americana a um punhado de maus atores, que, com base em suas práticas de produção de mídia, nunca foram à igreja”, explica o autor do relatório vazado, Jeff Allen, que já foi cientista de dados no Facebook.

A pesquisa ainda mostra que as publicações polêmicas geram mais engajamento, o que incentiva o aumento de conteúdo tóxico nessas páginas cristãs. Ainda não é possível medir o impacto que esses grupos possuem sobre os cristão dos EUA.

Hoje, dois anos depois do relatório, muitas dessas páginas foram tiradas do ar, mas ainda não é possível saber se o conteúdo produzido pelas redes de fake news continua circulando na plataforma. “Nós capacitamos atores não autênticos para acumular seguidores enormes para propósitos amplamente desconhecidos”, finaliza Allen.

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Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.