O mercado de tecnologia da informação foi um dos menos impactados com a pandemia e, em geral, um dos que conseguiu se reerguer rapidamente. Prova disso é um estudo recente da Revelo, o qual aponta que as contratações nos primeiros meses deste ano já somam 95,6% do total registrado em 2019.
Com o reaquecimento do mercado, algumas áreas específicas da TI também estão despontando em termos de oferta de vagas. Uma delas é a de mobile: programadores de aplicativos, que registrou aumento de 600% na oferta de vagas no primeiro semestre de 2021, na comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da GeekHunter.
![Ilustração mostra um teclado e um mouse, em cima dá para ver diversas teclas com códigos de programação](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/09/desenvolvedor-programador-TI.jpeg)
A empresa especializada no recrutamento e contratação de profissionais de TI mostra que não apenas as ofertas estão em destaque, mas também os salários que, em alguns casos, chegam até mesmo a ultrapassar a casa dos R$ 10 mil.
“Considerando o histórico, estimamos um crescimento anual entre 10% e 20% na média salarial destes profissionais, considerando a escassez de mão de obra, a concorrência com empresas internacionais e o crescimento das vagas”, afirma Lucas Martins, CTO da GeekHunter.
A média salarial também teve alta, com maior destaque para os perfis juniores, com até dois anos de experiência, que tiveram 18% de aumento. Para os seniores, acima de seis anos de carreira, foi de 11%.
Atualmente a média salarial nas categorias CLT e PJ são de R$ 6 mil para o profissional júnior, R$ 7,8 mil para pleno e R$ 10,8 mil para sênior, sendo que há alguns salários de até R$ 25 mil.
Dicas para iniciantes
O profissional desenvolvedor mobile é responsável por criar, testar e implementar softwares para dispositivos móveis. É o que faz Alexandre Santos Costa.
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Formado em Gestão de Sistema de Informação, o especialista iniciou seu caminho na programação aos 15 anos, tendo seguido com os aprendizados no mercado de trabalho formal para, em 2014, chegar à função de desenvolvedor mobile.
Costa deu três dicas principais para quem está começando o caminho pela programação:
- Ter os conhecimentos básicos da computação
“Isso ajuda o profissional a entender melhor como as coisas funcionam e a resolver problemas. Como fazer com que o aplicativo seja fluido para os usuários, inclusive para aqueles que usam versões antigas? Como preparar o código para ser o mais otimizado possível? A base da computação ajuda a pensar nessas soluções”, explica.
- Começe por tecnologias Cross-Platform
Para Costa, algumas tecnologias que conversam entre si, como Flutter, React Native, Ionic ou Xamarin, as quais permitem desenvolver utilizando linguagens mais gerais como JavaScript, Dart ou C#, são uma boa porta de entrada para quem quer programar para dispositivos móveis.
“Dessa forma, é possível gerar aplicações para iOS e Android sem ter que escrever duas vezes o código”.
Na opinião dele, também é importante conhecer bem as plataformas e um pouco das linguagens especializadas. No caso do sistema operacional iOS, os mais conhecidos são o Objective-C e Swift; já para Android, o Java e o Kotlin.
- Foco no usuário
Além do conhecimento técnico, Costa afirma que é essencial ter em mente o foco no usuário quando se está desenvolvendo.
“O mais importante é saber que o desenvolvimento de aplicativos requer foco no usuário e o profissional precisa ser proativo, pensar em melhorias constantes do ponto de vista da experiência do usuário e da acessibilidade”, acrescenta Costa.
Mercado de trabalho
Com a pandemia, diversas empresas que não estavam online passaram a digitalizar seus negócios e algumas delas, especialmente no ramo de restaurantes e food service, migraram suas operações para o online e tiveram de contar com aplicativos terceiros para realizar suas entregas, como os mais conhecidos Rappi, iFood e UberEats.
Aos poucos, mais acostumados com a dinâmica dessas aplicações, muitas empresas optaram por desenvolver aplicativos móveis próprios, o que aumentou ainda a demanda por profissionais especializados. É nesse sentido que interessados podem atuar no mercado.
“As empresas estão disputando a atenção das pessoas, buscando atraí-las para essas plataformas mobile, para que assim, consigam aumentar a entrega de valor”, observa Lucas Martins, da GeekHunter.
Por isso a demanda por profissionais com esse enfoque deve aumentar ainda mais nos próximos meses.
Crédio da imagem principal: Roman Samborskyi/Shutterstock
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