Meteorito erra mulher por milímetros ao cair dentro de casa no Canadá

Ruth Hamilton, da Colúmbia Britânica, estava em seu quarto quando acordou com seu cão latindo, e quase foi atingida por rocha espacial
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 14/10/2021 11h40, atualizada em 14/10/2021 12h26
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Imagem: Triff/Shutterstock
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Já imaginou quase ser atingido por um meteorito enquanto dorme? E a rocha espacial “errando” você por meros milímetros, quase dividindo contigo o seu travesseiro? Ruth Hamilton, da Colúmbia Britânica, Canadá, não imaginou, mas viveu essa situação no último dia 4.

Segundo a própria vítima falou à imprensa local, ao que tudo indica, a sorte foi ela ter levantado para acender a luz do quarto pois, ao levantar um dos travesseiros, ali estava o meteorito de pouco mais de um quilo – a milímetros de onde, momentos antes, estava a sua cabeça: “Eu acho que ainda estou impressionada. Sempre que entro no meu quarto e vejo aquilo, penso ‘Minha nossa, [o meteorito] poderia ter me atingido”, ela disse.

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De acordo com Hamilton (66), no dia do ocorrido, ela não sabia o que fazer a não ser ligar para o serviço de emergência. Inicialmente, pensava-se que a pedra era um destroço de um projeto de construção civil nas proximidades. Porém, a empresa responsável pela obra afirmou que não foram detonados quaisquer explosivos naquela noite. Os funcionários, entretanto, relataram terem visto um meteoro explodindo no céu. Após uma investigação mais minuciosa, que envolveu a busca em redes sociais, foi confirmada a explosão de um objeto, conforme relatos no Facebook e Twitter.

De acordo com a análise dos especialistas, o meteoro em questão provavelmente se destacou de uma rocha bem maior, dentro do cinturão de asteroides do nosso sistema solar – aquele posicionado entre Marte e Júpiter. O cenário imaginado por eles é o de que houve algum choque entre asteroides, que despedaçou parte de um deles – um desses pedaços atingiu a casa de Hamilton.

Imagem da passagem do meteorito que, por milímetros, não atingiu mulher no Canadá
Passagem do meteorito foi registrada por usuários das redes sociais, como o fotógrafo amador Hao Qin (Imagem: Hao Qin Photography/Reprodução)

A possibilidade é reforçada pelo fato de que pelo menos uma outra queda foi registrada pelos especialistas da Western University. Segundo um time de cientistas liderado por Peter Brown, chefe de pesquisa de corpos celestes menores em Calgary, agora o objetivo é o de identificar mais registros – seja em foto ou vídeo – da passagem do meteoro em si, a qual eles estimam ter ocorrido um dia antes do impacto residencial, ou seja, em 3 de outubro.

“Estamos perguntando a moradores em Golden, Kelowna e Cranbrook, bem como todos os locais dentro desse raio, para conferirem suas câmeras de vigilância em casa ou locais de trabalho o quanto antes, para evitar que alguns desses produtos acabem deletando automaticamente algum arquivo importante nos próximos dias”, disse Brown.

“Capturas em vídeo feitas por smartphones, câmeras automotivas e de vigilância são importantes no descobrimento da origem deste meteoro, e se descobrirmos isso, teremos uma chance muito maior de contarmos uma história mais completa desse incrível episódio astronômico”, ele continuou.

Projeção da trajetória especulada, exibindo um raio de queda dos meteoritos no começo de outubro, no Canadá
Pela projeção especulada por especialistas, diversos meteoritos podem ter caído nos arredores e no centro de Golden, um distrito localizado na Colúmbia Britânica, no Canadá (Imagem: Alan Hildebrand/Calgary University/Divulgação)

Alan Hildebrand, pesquisador que colabora com o time, conseguiu traçar uma rota de queda preliminar com base nas especulações posicionadas pelo choque à casa de Ruth Hamilton e análises dos especialistas. Pela imagem acima, é possível notar que um segundo meteorito (pontos verdes) atingiu uma região florestal, também em Golden.

“Especulamos com boa consistência que dúzias de outros meteoritos tenham caído, e nós encorajamos os moradores a ficarem de olho conforme conduzem suas rotinas diárias – limpeza de quintais, por exemplo -, ou caminham pela área estipulada em nossa análise”, disse Hildebrand.

Voltando para Hamilton, ela disse que quer a rocha de volta e planeja guardá-la como recordação após os especialistas terminarem de analisá-la: “eu tremia mais que ‘vara verde’”, ela disse à imprensa. “Você está dormindo por horas, segura – ao menos, se pensa assim – na sua cama, e aparentemente você pode levar uma pancada de um meteorito”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.