A Batalha de Iwo Jima foi um dos maiores conflitos vistos no Teatro do Pacífico na Segunda Guerra Mundial. Em outubro de 2021, dois navios que participaram do evento foram “escavados” graças a uma erupção vulcânica ocorrida naquela região do Japão.

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Em 13 de agosto, o vulcão Fukutoku-Okanoba, a 1288 quilômetros (km) de distância de Tóquio, entrou em erupção, e a explosão decorrente acabou elevando uma parte da ilha de Iwo Jima um pouco acima do nível do mar.

Dois meses depois, um grupo de pesquisadores do Centro do Instituto Nacional de Ciências da Terra e Prevenção do Japão descobriram que a atividade tectônica que causou a elevação, também trouxe para cima dois navios com claros sinais de danos combativos.

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https://youtu.be/uTGGhRrHo0Q

Ninguém até agora conseguiu determinar o propósito dos navios – nas redes sociais, houve quem afirmasse tratarem-se de embarcações do período imperial do Japão, mas especialistas reforçam a ideia de que eles eram da Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, eles provavelmente não eram de natureza bélica – um especialista do centro estima tratarem-se de navios de trabalho, provavelmente incumbidos da função de ajudar na construção de um pier para o transporte de suprimentos para o exército e a marinha japoneses durante o conflito.

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Independente da natureza dos navios da Segunda Guerra Mundial, o fato é que eles não poderão ser muito estudados: a erupção levantou uma porção da ilha constituída, majoritariamente, de cinzas e rochas vulcânicas (púmice, ou “pedra-pomes”).

Ambos os materiais trazem forte erosão quando expostos aos elementos, de acordo com o jornal Asahi Shimbun, então é provável que o desgaste trazido pelo contato com a água do mar faça com que tudo afunde novamente.

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A importância de Iwo Jima

A ilha de Iwo Jima (cujo nome se traduz para “Ilha de Enxofre”) foi palco de uma das batalhas mais longas e desgastantes da Segunda Guerra Mundial – e um testamento à capacidade de adaptação militar japonesa apesar da derrota sofrida contra os norte-americanos.

Iniciada com o desembarque dos soldados dos EUA na ilha em fevereiro de 1945, a luta durou aproximadamente 36 dias – um número visto como alto, considerando que a ilha em si tem pouco mais de 20 km² de tamanho.

Muito disso se deu pelo fato do tenente-general Tadamichi Kuribayashi, que comandava as forças japonesas, optar por uma estratégia de combate diferente: tradicionalmente, o exército local tinha por hábito enfrentar equipes opositoras de imediato, mas Kuribayashi preferiu segurar seus homens em posições de longa distância, usando armas de longo alcance a fim de causar o máximo de perdas para os americanos, ao mesmo tempo em que os impedia de avançar demais para o centro da região.

Imagem mostra soldados americanos levantando a bandeira dos EUA em Iwo Jima: ilha foi palco para conflitos com navios e tropas terrestres na Segunda Guerra Mundial
Durante a tomada de Iwo Jima, no Japão, os soldados americanos levantaram a sua bandeira na região, sinalizando o fim de uma luta que durou cerca de um mês, mas é considerada um dos principais eventos da Segunda Guerra Mundial (Imagem: Joe Rosenthal/Reprodução)

A ideia deu certo por cerca de um mês, mas a superioridade numérica dos EUA acabou se provando mais eficaz: segundo registros históricos, cerca de 20 mil soldados japoneses tentaram defender a ilha contra mais de 70 mil americanos – uma proporção maior que três estadunidenses para cada militar japonês.

Antes do ataque, o exército japonês cavou uma extensa rede de túneis que não só facilitava o movimento dos seus soldados sob a terra, mas também permitiu que eles se protegessem do bombardeio inicial promovido pelas equipes anfíbias dos EUA. A ideia dos americanos era atacar a ilha das águas por 10 dias, sem descanso. Lá pelo terceiro dia, porém, eles mudaram para uma invasão direta em vista de que o ataque à distância não estava funcionando.

Quando a praia ficou cheia de soldados e veículos de transporte, Kuribayashi ordenou um ataque que usasse toda a força disponível, indo desde rifles de longa distância até o uso de artilharias explosivas.

Apesar do choque inicial, os EUA se reorganizaram, apostando em dois pilares essenciais: o primeiro foi o uso de lança-chamas, especialmente eficientes contra soldados entrincheirados e abarrotados em túneis. O segundo foi o uso de nativos indígenas da tribo Navajo, cujo idioma próprio confundiu escutas japonesas de rádio e permitiram uma comunicação americana livre de interceptações inimigas.

O filme Cartas de Iwo Jima (2006) retrata bem o papel dos indígenas norte-americanos nesse conflito.

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