De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira (22), após cinco anos em queda, o número de empresas ativas no Brasil aumentou 6,6% em 2019, em comparação ao ano de 2018.

Em paralelo, o total de assalariados que trabalham para entidades empresariais também cresceu, resultando em um aumento de 774,8 mil, alta de 2,4%.

De acordo com os dados apresentados, o Brasil tinha 4,7 milhões de empresas com uma idade média de 11,7 anos em 2019. As companhias também contavam com 33,1 milhões de trabalhadores assalariados.

Nesse mesmo ano, as entradas de novas empresas totalizaram 947,3 mil. Considerando que as saídas foram 656,4 mil, o saldo positivo foi de 290,9 mil.

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“Observa-se que as 4,7 milhões de empresas ativas tinham 5,2 milhões de unidades locais também ativas, das quais 50,5% estavam localizadas na Região Sudeste; 22,5%, na Região Sul; 14,9%, na Região Nordeste; 8,4%, na Região Centro-Oeste; e 3,7%, na Região Norte”, constatou o IBGE.

Entre as áreas econômicas de destaque estão: “atividades profissionais, científicas e técnicas”, além de “Saúde humana e serviços sociais.”

Número de empresas no Brasil cresceu em 2019, aponta IBGE. Imagem: ESB Professional/iStock
Número de empresas no Brasil cresceu em 2019, aponta IBGE. Imagem: ESB Professional/iStock

Segundo informações da Agência Brasil, a pesquisa, intitulada Demografia das Empresas e Empreendedorismo, revela as taxas de entrada, saída e sobrevivência das empresas, além da mobilidade e idade média delas. Também consta no documento dados relacionados à ocupação assalariada e recortes por atividades econômicas e regiões do país. O IBGE reúne esses indicadores anualmente desde 2008.

“A análise exploratória das entidades que mais geraram empregos no período considerado pode ser utilizada como material de apoio para estudos futuros sobre o tema, sobretudo os relacionados às políticas públicas que visem a fomentar a geração de empregos no Brasil”, acrescentou o Intituto.

Vale ressaltar que, não são considerados no levantamento órgãos públicos, entidades sem fins lucrativos, microempreendedor individual (MEI) e organização social (OS).

O IBGE também lembra que, ainda não foram avaliados impactos da pandemia da Covid-19. A influência da crise sanitária no país poderá ser observada na próxima edição da pesquisa, que deverá ser publicada no ano que vem.

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A crise de 2014 e os anos seguintes

Para quem não se lembra, o ano de 2014 ficou conhecido como a grande recessão brasileira, bem como os anos seguintes (2015 a 2018), onde a queda do Produto Interno Bruto (PIB) durante o atribulado governo Dilma Rousseff impactou diretamente as empresas – em especial o setor do comércio e financeiro. Segundo reportagem do G1, na época, ao todo o Brasil teve 341,6 mil empresas fechadas em três anos, conforme dados também do IBGE.

Sobreviventes

Das 4,7 milhões de empresas existentes em 2019, 79,8% eram sobreviventes da crise e 20,2% representavam novas entradas. A pesquisa aponta ainda que a média salarial mensal das empresas sobreviventes, de R$ 2.549,36, é superior à média salarial mensal das empresas iniciantes, de R$ 1.553,62. 

O estudo também analisou as empresas que foram criadas no ano de 2014, para medir o tempo que conseguiram resistiram a crise. Os resultados mostram que 77,2% sobreviveram após um ano de funcionamento, 64,9% após dois anos, 54,8% após três anos e 46,3% após quatro anos. Em 2019, passados cinco anos, as sobreviventes eram 37,6%.

Foi notado uma diferença na capacidade de sobrevivência a partir do porte da empresa. 64,5% das companhias maiores que resistiram à crise ainda estavam ativas em 2019. Aquelas que não possuem pessoas assalariadas, com atividades sendo desenvolvidas apenas por proprietários ou sócios, ou seja, empresas menores, registraram índice de 32,1% após cinco anos. Empresas intermediárias tiveram um índice de 49,1%.

Crédito imagem principal: Shutterstock

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