Três ejeções de massas coronais trazem tempestade solar à Terra nesta quinta-feira (4)

Desde 1/11, o Sol vem ejetando massas coronais e sinalizando alta atividade, ao ponto de uma das massas devorar as outras duas
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 04/11/2021 17h43, atualizada em 04/11/2021 18h16
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Imagem: Lukasz Pawel Szczepanski/Shutterstock
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Desde o dia 1º de novembro, o Sol já fez três ejeções de massas coronais (EMCs), que são, basicamente, liberações intensas de gás ionizado em altíssimas temperaturas. Esses gases constituem o que chamamos de “ventos solares” e podem causar problemas variados se chegarem ao campo magnético da Terra.

Mas isso não é tudo: a atividade solar está tão intensa que uma das três ejeções de massas coronais liberadas avançou tão rapidamente que se sobrepôs às outras duas, efetivamente “canibalizando” suas predecessoras e intrigando especialistas.

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Começando do início, na última segunda-feira (1) e no início da terça-feira (2), o Sol promoveu duas EMCs, originadas de pequenos “nós” (ou “manchas solares”) na coroa da estrela. Essas ejeções vieram do nó conhecido como “AR2887”. Depois, ao final da terça-feira, uma terceira massa veio de outro nó – AR2891. Esta última é a maior, e que absorveu as anteriores.

Quando nós falamos em “canibalizar”, mais acima, mencionamos isso literalmente, já que foi assim que o Centro de Previsão do Tempo no Espaço (SWPC), ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA classificou a terceira EMC.

De acordo com o órgão, a estimativa era a de que a nova massa, consideravelmente maior do que as três partes juntas, começasse a se mover em direção à Terra, chegando aqui na forma de uma tempestade geomagnética no começo desta quinta-feira (4). E, bem, ela chegou – você só não a viu, já que o Brasil está em uma posição específica que não nos permite testemunhar esse tipo de evento.

De acordo com os satélites NOAA-20 e Suomi-NPP, a chegada da tempestade foi registrada hoje cedo, classificada como um evento de intensidade G3. O centro já havia antecipado a sua chegada e emitido alertas sobre possíveis alterações em comunicações de rádio, distribuição elétrica e componentes eletrônicos na região norte da Terra, bem como a exibição de aurora boreal em locais como Nova York (esperado) e Califórnia (confirmado). As imagens estão nos tuítes acima.

A alta atividade do Sol tem a ver com o que os cientistas chamam de “ciclo solar”. Basicamente, eles afirmam que o astro por qual a Terra está orbitando vive em ciclos específicos de 11 anos, onde há picos e quedas de atividades. Atualmente, segundo especialistas, estamos vivenciando o vigésimo quinto (25º) ciclo do Sol, e a expectativa é que ele atinja seu ponto mais alto até 2025, então é provável que acontecimentos desse tipo possam ocorrer com maior frequência nos próximos anos.

Entretanto, especialistas indicam que este ciclo será, tal qual o seu antecessor, relativamente moderado – o que é uma coisa boa, considerando que as ejeções de massas coronais são vistas por alguns como um possível “apocalipse tecnológico”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.