Desde o dia 1º de novembro, o Sol já fez três ejeções de massas coronais (EMCs), que são, basicamente, liberações intensas de gás ionizado em altíssimas temperaturas. Esses gases constituem o que chamamos de “ventos solares” e podem causar problemas variados se chegarem ao campo magnético da Terra.

Mas isso não é tudo: a atividade solar está tão intensa que uma das três ejeções de massas coronais liberadas avançou tão rapidamente que se sobrepôs às outras duas, efetivamente “canibalizando” suas predecessoras e intrigando especialistas.

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Começando do início, na última segunda-feira (1) e no início da terça-feira (2), o Sol promoveu duas EMCs, originadas de pequenos “nós” (ou “manchas solares”) na coroa da estrela. Essas ejeções vieram do nó conhecido como “AR2887”. Depois, ao final da terça-feira, uma terceira massa veio de outro nó – AR2891. Esta última é a maior, e que absorveu as anteriores.

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Quando nós falamos em “canibalizar”, mais acima, mencionamos isso literalmente, já que foi assim que o Centro de Previsão do Tempo no Espaço (SWPC), ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA classificou a terceira EMC.

De acordo com o órgão, a estimativa era a de que a nova massa, consideravelmente maior do que as três partes juntas, começasse a se mover em direção à Terra, chegando aqui na forma de uma tempestade geomagnética no começo desta quinta-feira (4). E, bem, ela chegou – você só não a viu, já que o Brasil está em uma posição específica que não nos permite testemunhar esse tipo de evento.

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De acordo com os satélites NOAA-20 e Suomi-NPP, a chegada da tempestade foi registrada hoje cedo, classificada como um evento de intensidade G3. O centro já havia antecipado a sua chegada e emitido alertas sobre possíveis alterações em comunicações de rádio, distribuição elétrica e componentes eletrônicos na região norte da Terra, bem como a exibição de aurora boreal em locais como Nova York (esperado) e Califórnia (confirmado). As imagens estão nos tuítes acima.

A alta atividade do Sol tem a ver com o que os cientistas chamam de “ciclo solar”. Basicamente, eles afirmam que o astro por qual a Terra está orbitando vive em ciclos específicos de 11 anos, onde há picos e quedas de atividades. Atualmente, segundo especialistas, estamos vivenciando o vigésimo quinto (25º) ciclo do Sol, e a expectativa é que ele atinja seu ponto mais alto até 2025, então é provável que acontecimentos desse tipo possam ocorrer com maior frequência nos próximos anos.

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Entretanto, especialistas indicam que este ciclo será, tal qual o seu antecessor, relativamente moderado – o que é uma coisa boa, considerando que as ejeções de massas coronais são vistas por alguns como um possível “apocalipse tecnológico”.

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