Em outubro o Olhar Digital contou o caso do meteorito que quase atingiu a cabeça de Ruth Hamilton, uma idosa que vive no Canadá, errando-a por meros milímetros. Esse mesmo meteorito está agora nas mãos de especialistas das universidades de Ontário e Alberta, que tentam desvendar a origem da rocha espacial.

Segundo informações do Space.com, as duas instituições estão pedindo que cidadãos lhes enviem possíveis capturas de vídeo da passagem do meteorito ou, melhor ainda, lhes entreguem fragmentos que possam por ventura ter encontrado.

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Ilustração de um meteorito
O meteorito canadense é um tipo de “condrito”, nome dado a rochas espaciais com alta concentração de carbono (Imagem: PHOTOOBJECT/Shutterstock)

“Vocês devem ficar de olho em pedras escuras por fora, que aparentam ser mais pesadas que uma pedra comum, e levemente atraídas por ímãs”, disse Peter Brown, da Universidade de Ontário ao site, como orientação caso algum cidadão decida buscar por fragmentos. “Você pode usar o nosso mapa e, conforme avança sentido norte e leste, os objetos a serem buscados ficarão menores e menores… então também tenham isso em mente”, ele contou.

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Segundo o especialista, as pessoas normalmente cometem o erro de procurar as maiores pedras que encontrarem, mas raramente isso traz resultados positivos. Normalmente, a trajetória de um meteorito implica a presença de pequenas pedras – a maior normalmente fica no ponto de impacto (e essa, convenhamos, eles já têm). Nesse trajeto, o objeto espacial vai se desfazendo em contato com a atmosfera da Terra.

O objetivo dessa “caça ao tesouro espacial” é estudar a composição do material, confrontá-la com bases de dados presentes em vários sistemas astronômicos da Terra e, com sorte, determinar de onde veio o meteorito que quase privou o Canadá de uma doce idosa.

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A Universidade de Ontário diz já ter “alguns” vídeos feitos por astrônomos amadores e observadores independentes, entretanto ainda não asseguraram a permissão deles para divulgá-los à mídia.

Imagem mostra um mapa com a projeção de trajetória de queda de um meteorito que quase atingiu uma idosa no Canadá
Mapa com a projeção de possível região de queda de fragmentos do meteorito canadense (Imagem: Universidade de Ontário/Divulgação)

Ao longo de toda história, apenas dois casos de pessoas feridas por meteoros foram registrados: em novembro de 1954 uma mulher teve hematomas após um meteorito de mais ou menos quatro quilogramas (kg) atingí-la no quadril após ser rebatido de um console de rádio amador.

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Já em 1992, um adolescente em Uganda foi atingido por um meteorito de apenas quatro gramas (g). O golpe foi direto, e a extensão de seus ferimentos nunca foi divulgada, mas Brown assegura que nenhum dos dois casos resultou em fatalidade.

“Estatisticamente falando, espera-se que ferimentos aconteçam num intervalo de centenas de anos entre si, e talvez milhares de anos até que alguém seja atingido por um meteorito grande o suficiente para matar”, ele comentou.

Ele menciona, porém, que danos de ordem colateral são mais imprevisíveis, como por exemplo um meteorito bater em alguma estrutura e quebrá-la, fazendo com que os destroços atinjam pessoas. A matemática por trás disso, porém, é inviável por não haver um volume suficiente de amostras.

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