Um estudo publicado no npj Regenerative Medicine descobriu que a placenta de novas mães contém propriedades que podem ajudar no tratamento de lesões cerebrais de bebês com crescimento restrito. De acordo com a Dra. Julie Wixey, do Centro de Pesquisa Clínica da Universidade de Queensland, o órgão, formado apenas durante a gestação, possui células-tronco que podem reduzir a inflação cerebral em apenas três dias.
“Atualmente, não há tratamento para proteger o cérebro de um bebê com crescimento restrito”, disse a pesquisadora.
“Até 50% deles têm problemas de longo prazo, que vão desde o aprendizado leve e distúrbios comportamentais até paralisia cerebral. Sabemos que a inflamação no cérebro não cessa depois que esses bebês nascem. Nosso estudo mostrou que podemos reduzir a inflamação e a lesão cerebral em curso tratando esses recém-nascidos no dia em que nascem com uma combinação de dois tipos de células-tronco – células formadoras de colônias endoteliais e células estromais mesenquimais – isoladas de uma placenta humana saudável”, explicou.
Segundo o Medical Xpress, cerca de 32 milhões de bebês com restrição de crescimento nascem em todo o mundo a cada ano. Também chamado de restrição de crescimento intrauterino, a condição não permite que bebês se desenvolvam de maneira normal no útero devido à falta de nutrientes e oxigênio suficientes da placenta.
“Nossa pesquisa descobriu que, após apenas três dias, a terapia combinada com células-tronco não apenas reduziu a inflamação, mas também, de maneira importante, pareceu reparar os vasos sanguíneos danificados no cérebro em modelos animais”, acrescentou Wixey.
“Estamos muito animados com os resultados deste estudo e esperamos que melhore a vida desses bebês a longo prazo”, concluiu a especialista.
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A nova técnica foi inventada e patenteada pelo professor Kiarash Khosrotehrani da UQ e pelo Dr. Jatin Patel, da Queensland University of Technology (QUT). Segundo Patel, o estudo apresentou resultados “fantásticos” e tem potencial para se tornar um futuro tratamento para esses bebês.
“Estamos trabalhando agora para expandir nossa tecnologia patenteada de células-tronco”, disse o pesquisador, ressaltando que o intuito é “expandir os estudos pré-clínicos em animais com o objetivo de progredir em direção a um teste em humanos.”
Para a equipe, o próximo passo agora também é entender e analisar os resultados do tratamento a longo prazo.
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