Com uma nomenclatura bem sugestiva, o Supersaurus pode entrar para a história como o mais longo dinossauro de que se tem notícia. Segundo os pesquisadores, ele tinha cerca de 38 m de altura e 42 m de comprimento do focinho à ponta da cauda – o que pôde ser descoberto pela análise criteriosa de fósseis durante quase 50 anos.

Estudos sobre o Supersaurus já existem há quase 50 anos. Imagem: Daniel Eskridge – Shutterstock

De acordo com o Live Science, o primeiro espécime do Supersaurus foi descoberto em 1972, no que era basicamente uma “salada de ossos”, nas palavras de Brian Curtice, um paleontólogo no Museu de História Natural do Arizona (EUA) que está liderando a pesquisa atualmente. “Portanto, não ficou imediatamente claro quais ossos pertenciam à besta”.

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Essa ossada foi escavada na Pedreira Dry Mesa, no Colorado, pelo trabalhador de campo de dinossauros Jim Jensen, que coletou e preparou fósseis para a Universidade Brigham Young, em Utah. 

Jensen descobriu um escapulocoracoide de 2,4 m de comprimento – dois ossos fundidos que constituem a cintura escapular em dinossauros adultos e outros répteis. A pedreira também continha ossos adicionais que Jensen pensava pertencerem a dois outros dinossauros saurópodes, que anos depois ele chamou de Ultrassauro e Distilossauro.

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Em 1985, Jensen publicou um estudo no jornal Great Basin Naturalist anunciando a descoberta de três novos dinossauros saurópodes da pedreira. No entanto, ele não era um paleontólogo experiente e cometeu alguns erros em sua análise. 

Três dinossauros em um

Ao longo dos anos, os paleontólogos têm debatido se o Ultrassauro e o Distilossauro são gêneros válidos, ou se – como Curtice acredita – seus ossos foram identificados erroneamente e, na verdade, todos pertencem a um único Supersaurus – batizado por Curtice de Golias.

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Com base nessa premissa é que Curtice conduziu sua pesquisa. A reclassificação de três dinossauros como apenas um fornece um espécime de Supersaurus mais completo para os cientistas estudarem, o que é útil para estimar suas características, especialmente o tamanho real.

Brian Curtice, paleontólogo líder do estudo atual, cavando em busca de mais evidências fósseis. Imagem: Cortesia Fossil Crates ao Live Science

Segundo Curtice, um dos escapulocoracoides encontrados na pedreira é cerca de 25 centímetros mais longo que o outro, o que levou muitos cientistas, como Jensen, a acreditar que ele pertencia a outro gênero de dinossauro. 

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No entanto, quando Curtice o inspecionou, descobriu que o osso mais longo estava distorcido por causa de rachaduras. “Se você juntar todas as fissuras, os escapulocoracoides são basicamente do mesmo tamanho”, afirmou. 

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Golias pode ser o mais comprido, mas não é o dinossauro mais pesado

Além disso, nenhum outro osso de saurópode excessivamente grande foi encontrado nas proximidades. Em vez disso, todos os grandes ossos de aparência diplodocoide foram encontrados em um bolsão da pedreira, e não havia nenhum osso duplicado (o que significa que há apenas um escapulocoracoide esquerdo e um escapulocoracoide direito, por exemplo). “E todos os enormes ossos de dinossauros são quase do mesmo tamanho, então provavelmente todos pertencem a um único indivíduo: o Supersaurus”, disse Curtice. 

Ao longo dos anos, Curtice mergulhou na análise de diversos outros ossos não estudados coletados na pedreira e identificou cinco novas vértebras no pescoço, uma nova vértebra nas costas, duas novas vértebras na cauda e um púbis esquerdo.

Esses ossos recém-identificados ajudaram Curtice a obter uma estimativa mais precisa das medidas do Supersaurus Golias, incluindo que seu pescoço tinha mais de 15 m e sua cauda tinha mais de 18 m de comprimento.

“O tamanho e a forma dos ossos recém-identificados apoiam a ideia de que todos os ossos colossais encontrados em Dry Mesa pertencem ao Supersaurus, em vez de três grandes dinossauros diferentes”, disse Curtice.

“É importante notar que o Supersaurus pode ser o dinossauro mais longo já registrado, mas não é o mais pesado”, revelou Curtice. “Essa honra provavelmente vai para o titanossauro Argentinosaurus, que pesava mais de 90 toneladas e chegou perto de pesar o dobro do Supersaurus”.

Como a pesquisa ainda não foi publicada em um jornal revisado por pares, o Supersaurus ainda não pode “receber a medalha de ouro”. O estudo foi apresentado online na conferência anual da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados, no início deste mês.

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