Sonda Parker da NASA quebra o próprio recorde de velocidade em passagem pelo Sol

Nave chegou a 163 km/s em décima passagem pela estrela, no intuito de entender como ela gera os efeitos que impactam nossas ações no espaço
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 23/11/2021 13h19, atualizada em 24/11/2021 12h34
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Imagem: Universidade Johns Hopkins/Divulgação
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A sonda de exploração Parker, lançada pela NASA em direção ao Sol, fez a sua décima passagem pela estrela, quebrando seus próprios recordes de velocidade e distância no processo.

Segundo porta-vozes da agência espacial norte-americana, a Parker atingiu a marca de 163 quilômetros por segundo (km/s) – o que, em rápida conversão, equivale a aproximadamente 586 mil quilômetros por hora (km/h). Ao mesmo tempo, a sonda chegou mais perto do Sol do que qualquer outra passagem: 8,5 milhões de km de distância – na região conhecida como “fotosfera”.

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A missão Parker busca entender como o Sol é capaz de criar os efeitos espaciais climáticos que nos afetam em várias áreas, desde a segurança de astronautas durante caminhadas espaciais até o funcionamento de satélites e as ocorrências de luzes da aurora. Em agosto, a sonda Parker passou a uma distância de 10,4 milhões de km da superfície solar, a uma velocidade máxima de 532 mil km/h.

O feito gerou satisfação na NASA, haja vista que uma aproximação tão extrema do Sol causa aumentos nocivos de temperatura. Antecipando esse cenário, os engenheiros da sonda criaram um escudo térmico exclusivo que apelidaram de “frisbee gigante”: basicamente, a proteção envolve o uso de tinta reflexiva, um núcleo revestido de espuma de carbono e painéis exteriores feitos de um composto duplo de carbono. A única surpresa – e, felizmente, uma a qual a sonda está resistindo bem – é a quantidade inesperada de poeira estelar ao redor do Sol.

“Nós desenhamos os materiais e componentes que sobrevivem ao impacto de poeira em hipervelocidade e os efeitos de partículas ainda menores criadas por esses choques”, disse Jim Kinnison, engenheiro de sistemas da missão Parker na Universidade Johns Hopkins, por meio de comunicado.

“Nós simulamos os efeitos e configurações do ambiente de poeira”, ele continuou, “testando a reação dos materiais em relação às partículas, e instalamos sistemas embarcados tolerantes a falhas, que mantêm a sonda Parker segura nessa região inexplorada”.

Segundo a NASA, os recordes atuais já têm expectativas de serem quebrados: nas duas próximas passagens pelo Sol, a sonda Parker pegará um “empurrão” de Vênus, passando próxima ao segundo planeta do sistema solar para gerar um efeito parecido com um estilingue.

Nessas ocasiões, a NASA antecipa uma velocidade máxima de 690 mil km/h e distância de aproximação perto de 6,2 milhões de km.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital