E para os apaixonados por café, uma boa notícia. De acordo com um estudo australiano da Edith Cowan University (ECU), beber o líquido em grande quantidade pode diminuir a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer.

A pesquisa acompanhou durante 10 anos mais de 200 australianos e o processo da ingestão de café diário em seus organismos. A investigadora principal, Dra. Samantha Gardener, disse que os resultados do estudo mostraram uma associação entre o café e vários marcadores importantes relacionados à doença degenerativa.

“Descobrimos que participantes sem problemas de memória e com maior consumo de café no início do estudo tinham menor risco de transição para comprometimento cognitivo leve – que geralmente precede a doença de Alzheimer – ou de desenvolver a doença de Alzheimer ao longo do estudo”, contou.

Beber café diariamente reduz o risco de morrer por doenças no fígado
Beber café pode diminuir o risco de desenvolver Alzheimer, diz estudo. Imagem: Polina Lebed (Pixabay)

Publicada na Frontiers of Aging Neuroscience e divulgada pelo Medical Xpress, a pesquisa também relacionou os resultados positivos na melhora cognitiva à bebida, especificamente a função executiva que inclui planejamento, autocontrole e atenção. Para a pesquisadora, apesar de mais estudos serem necessários, a descoberta pode ajudar a retardar a doença.

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“É uma coisa simples que as pessoas podem mudar. Pode ser particularmente útil para pessoas que correm o risco de declínio cognitivo, mas não desenvolveram nenhum sintoma. Podemos ser capazes de desenvolver algumas diretrizes claras que as pessoas possam seguir na meia-idade e, com sorte, ter um efeito duradouro”, afirmou.

O estudo, no entanto, não conseguiu estabelecer um número exato de xicaras de café por dia para que o possível desenvolvimento da doença seja atrasado. Contudo, segundo Gardener, “se a xícara média de café feita em casa é 240g, aumentar para duas xícaras por dia poderia reduzir o declínio cognitivo em 8% após 18 meses[…] [além de] 5% no acúmulo de amiloide no cérebro no mesmo período.”

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Na doença de Alzheimer, a amilóide é responsável por formar placas tóxicas para o cérebro.

Por ora, o estudo também não conseguiu diferenciar o café com cafeína do descafeinado, nem os benefícios ou consequências da forma como foi preparado (método de preparação, presença de leite e / ou açúcar, etc.).

“[Ainda] precisamos avaliar se a ingestão de café poderia um dia ser recomendada como um fator de estilo de vida com o objetivo de retardar o aparecimento da doença de Alzheimer”, destacou a especialista.

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