Quando se fala em doenças masculinas, imediatamente vem à cabeça o câncer de próstata. E não é para menos, só no Brasil, cerca de 60 mil homens são diagnosticados com esse tipo de tumor anualmente, e cerca de 15 mil perdem a vida anualmente para a doença.

Porém, esse não é o único tipo de tumor masculino que é preocupante, o câncer de pênis e o câncer nos testículos, apesar de menos frequentes, também têm incidência e necessitam de cuidado e prevenção. Mas você sabe diferenciar esses três tipos de tumores?

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O Olhar Digital conversou com o médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e consultor científico da Clínica de Oncologia Médica Clinonco, Artur Malzyner, sobre as principais diferenças entre esses três tipos de câncer.

Câncer de próstata

O câncer de próstata é um tumor interno que se desenvolve em diferentes regiões da próstata, uma glândula localizada na parte de baixo do abdômen dos homens. É o mais comum dos cânceres masculinos e o segundo mais incidente em homens, atrás apenas do câncer de pele.

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Apesar de comum, seu diagnóstico é relativamente complexo, já que as principais formas de detectar tumores na próstata são os exames de antígeno prostático específico (PSA) e de toque retal. Malzyner explica que esses dois exames não são tão assertivos na detecção de tumores em estágio inicial.

Segundo o oncologista, o PSA, que é um exame de sangue, tem um alto índice de falsos positivos, já que questões como atividade sexual e infecções urinárias podem alterar os resultados. Já o toque retal, mesmo quando feito por médicos experientes, pode não ser suficiente para achar tumores pequenos.

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Segundo Artur Malzyner, a melhor forma de localizar um tumor pequeno na próstata é a ressonância magnética. Porém, esse exame é muito caro e difícil de se fazer em larga escala, o que acaba dificultando os diagnósticos precoces.

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Porém, o ciclo de vida do câncer de próstata é bastante previsível quando comparado com o de outros tipos de câncer. Por conta disso, o médico defende que trata-se de um tipo de câncer altamente tratável quando comparado com tumores em outras áreas do corpo, como estômago e intestino.

Câncer de pênis

Homem com dores na região do pênis

Câncer de pênis é causado pelo vírus do papiloma humano (HPV). Crédito: 9nong/Shutterstock

Assim como o câncer de colo de útero, que é o segundo mais incidente em mulheres, o câncer de pênis também se desenvolve através do vírus do papiloma humano (HPV). Este vírus é o patógeno sexualmente transmissível mais comum do mundo e causa verrugas na pele.

Por se tratar de tumores localizados em um órgão externo, o câncer de pênis tem um diagnóstico mais simples do que os tumores na próstata. Malzyner explica que, além do diagnóstico, o tratamento dos tumores penianos também é mais simples.

“O HPV gera pequenas verrugas no pênis, que podem vir a se tornar tumores. Mas esses tumores podem ser extirpados se diagnosticados precocemente”, explica o médico. “Isso pode ser feito sem que necessariamente tenha que haver algum procedimento radical”, completa.

Mas existem casos de diagnósticos tardios, que fazem com que sejam necessários procedimentos mais sérios, como tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Em algumas situações ainda mais críticas, pode ser necessária a amputação de parte do pênis ou até mesmo do órgão inteiro.

Câncer de testículo

Câncer de testículo, invariavelmente, exige a remoção do órgão afetado. Crédito: Shutterstock

O câncer de testículo é um bem menos recorrente quando comparado com os outros dois, porém, pode atingir homens mais jovens, algo que é menos comum para tumores na próstata e no pênis. Quando detectado precocemente, é facilmente tratável, além de ter baixo índice de mortalidade.

Por ser mais incidente em homens entre 15 e 50 anos, a chamada idade reprodutiva, esse tipo de câncer é frequentemente confundido com orquiepididimites, que são inflamações em canais localizados atrás dos testículos, geralmente, transmitidas sexualmente.

O tratamento deste tipo de câncer é sempre cirúrgico e exige a remoção completa do testículo afetado. Caso o tumor seja apenas em um dos testículos, isso não afeta em nada a saúde reprodutiva ou a função sexual do paciente.

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