Crédito: Observatório Internacional Gemini / NOIRLab / NSF / AURA / Kwon O Chul
Nossa vizinhança no espaço consegue nos surpreender cada vez mais. Já vimos um “coração flechado por Cupido”, em uma captura feita pelo telescópio Hubble na Constelação de Orion, um arco-íris ao redor da Lua e até um “show de fogos de artifício” durante o nascimento de estrelas. Agora, é a vez de uma “borboleta gigante” fotografada pelo telescópio Gemini South.
Na imagem, podemos ver o que parecem ser enormes asas translúcidas de uma borboleta sobrevoando o infinito. Esse objeto é, na verdade, uma saída de gás conhecida como Nebulosa Infravermelha da constelação de Camaleão – assim chamada porque é brilhante em alguns comprimentos de onda de luz infravermelha, embora também possa ser observada na luz visível, como nesta vista.
Oculto no centro da nebulosa de reflexão, e no centro da imagem, está o “motor” da nuvem de poeira, uma estrela de baixa massa (menos massiva que o nosso Sol) que é eclipsada por uma faixa vertical escura.
Mesmo que não seja vista, essa estrela jovem e fria emite fluxos de gás, que se movem rapidamente, e cava um túnel através da nuvem interestelar a partir da qual a jovem estrela se formou. A luz infravermelha e visível emitida pela estrela escapa ao longo desse túnel e se espalha por suas paredes, formando esse efeito de brindar os olhos.
De acordo com cientistas do Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha dos EUA (NOIRLab), que administra o Observatório Internacional Gemini – composto pelos telescópios Gemini North e Gemini South (ou Gêmeo do Norte e Gêmeo do Sul) – o objeto vermelho brilhante à direita do centro da imagem marca onde parte do fluxo rápido de gás se acende após colidir com o gás que se move mais lentamente na nebulosa.
Ele é conhecido como objeto Herbig-Haro (HH) e tem a designação HH 909A. Outros objetos Herbig-Haro foram encontrados ao longo do eixo de saída da estrela, além das bordas da imagem à direita e à esquerda.
Alguns astrônomos sugerem que a faixa escura no centro da nebulosa infravermelha de Camaleão é um disco circunstelar – um reservatório de gás e poeira orbitando a estrela. Os discos circunstelares são normalmente associados a estrelas jovens e fornecem os materiais necessários para construir planetas.
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A razão pela qual o disco aparece como uma faixa em vez de um círculo na imagem em questão é porque ele está na borda, revelando apenas um ângulo para os observadores aqui na Terra. Os cientistas acreditam que a estrela central da nebulosa é um jovem objeto estelar embutido no disco. Segundo eles, a nebulosidade de fundo, que aparece em azul na imagem, está refletindo a luz de uma estrela próxima localizada fora do quadro.
De acordo com German Gimeno, cientista de instrumentos do NOIRLab, a Nebulosa Infravermelha da constelação de Camaleão reside dentro da nuvem escura maior, chamada Camaleão I, que é vizinha das nuvens escuras Camaleão II e Camaleão III. As três juntas compreendem o Complexo Camaleão, uma grande área de formação estelar que ocupa quase a totalidade da constelação de Camaleão no céu meridional e é uma das mais próximas de nossa Via Láctea.
O tratamento da imagem se deve à edição do telescópio sul dos Gemini Multi-Object Spectrographs (GMOS), localizado no cume de Cerro Pachón, no Chile – como dito anteriormente, parte do Observatório Gemini Internacional, um programa do NOIRLab. O GMOS tem recursos de edição de imagem, além de ser um espectrógrafo, o que o torna um instrumento versátil.
“O GMOS-South é o instrumento perfeito para fazer essa observação, por causa de seu campo de visão, que pode capturar muito bem a nebulosa inteira, e por causa de sua capacidade de capturar a emissão do gás ionizado da nebulosa”, disse Gimeno.
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Esta post foi modificado pela última vez em 8 de dezembro de 2021 10:44
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