Até 2030, a China quer conquistar o pólo sul da Lua; entenda

Governo do país aprovou três missões a serem lançadas nesta década, envolvendo rovers, orbitadores e sondas para estudar nosso satélite
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 31/12/2021 14h00, atualizada em 02/01/2022 11h34
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Imagem: BeeBright/Shutterstock
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O governo da China aprovou formalmente três missões em direção ao pólo sul da Lua, com a primeira delas partindo já em 2024. As outras duas devem ser lançadas ainda dentro da atual década, antes de 2030. As missões constituem a quarta fase do programa espacial chinês para estudo do nosso satélite.

As missões foram convenientemente chamadas Chang’e 6, Chang’e 7 e – atenção para o suspense – Chang’e 8. O interessante é que, apesar da numeração em ordem das missões, é a Chang’e 7 quem sairá daqui primeiro.

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Imagem da Lua no céu noturno, com várias estrelas ao seu redor
A região sul da Lua ainda pode esconder diversos segredos que a China está em vias de desvendar (Imagem: muratart/Shutterstock)

De acordo com Wu Yanhua, chefe interino da Administração Espacial Chinesa (CNSA), isso se dá porque a Chang’e 7 é a que vai carregar a maior parte dos equipamentos de tráfego e coleta de informações: a missão incluirá um satélite, um rover, um módulo de pouso, um cubesat e até um “mini veículo voador”. O intuito da China será usar todo esse conjunto para explorar o pólo sul da Lua em busca de gelo – ou de evidências dele.

Para comportar um voo com tudo isso, a China vai usar o seu maior foguete, o Long March 5, que vai carregar as 8,2 toneladas de equipamentos.

Em seguida, virá a Chang’e 6, que vai continuar o trabalho da Chang’e 5 e coletar amostras rochosas do pólo sul da Lua, além de carregar “instrumentos científicos” (Wu não especificou detalhes) em desenvolvimento pela França e Itália e, potencialmente, Rússia e Suécia também. Wu não ofereceu uma previsão de lançamento.

Fechando a tríade de viagens, a Chang’e 8 terá o objetivo de começar a estabelecer as bases para a Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS, na sigla em inglês), uma base que a China pretende operar no pólo sul da Lua em conjunto com a Rússia e outros parceiros internacionais. Segundo o governo, a ideia é que a estação teste tecnologias para uso de recursos locais por meio de impressão 3D. Novamente, Wu não informou previsão de lançamento.

“O propósito primário dessas três missões é o de que a China construa o modelo básico de uma estação de pesquisa em cooperação com a Rússia, com nós tomando a frente do projeto”, disse Wu à emissora estatal CCTV. “A construção da estação pode estabelecer um alicerce para que nós possamos melhor explorar o ambiente lunar e seus recursos, incluindo o seu uso e desenvolvimento pacíficos”.

Hoje, a China tem o módulo de pouso Chang’e 4 e o rover Yutu 2 no lado distante da Lua, que não é visível para nós aqui da Terra.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital