Ossos de baleia extinta há 300 anos estavam em garagem de casal idoso nos EUA

Rita e Tom McCabe costumavam pegar conchas na praia nos anos 1970 quando encontraram “grandes ossos”; material foi doado a museu
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 13/01/2022 13h40, atualizada em 13/01/2022 15h06
shutterstock_615188687
Imagem: Joe Morris 917/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Sem saber, um casal de idosos dos EUA guardava, na garagem de sua casa, uma preciosidade: alguns ossos de uma baleia que, segundo estudo, está extinta há cerca de 300 anos. O material foi encaminhado à Universidade da Carolina do Norte-Wilmington (UNCW) para estudo, onde a descoberta foi originalmente feita após extensos estudos.

Rita e Tom McCabe tinham por hábito caminhar pela praia de West Onslow, no estado norte-americano da Carolina do Norte. Em um desses costumeiros passeios, o casal, que coletava conchas levadas à areia pelo mar, acabou encontrando “grandes ossos” que, prontamente, levaram para sua residência.

Leia também

Uma baleia extinta há 300 anos teve seus restos encontrados por casal de idosos, que os resguardaram durante anos antes de doá-los de volta à ciência para pesquisa
Uma baleia extinta há 300 anos teve seus restos encontrados por casal de idosos, que os resguardaram durante anos antes de doá-los de volta à ciência para pesquisa (Imagem: NOAA Fisheries/Allison Henry/Reprodução)

Anos mais tarde, eles decidiram doar o material à UNCW, que ficou deveras feliz com a descoberta: “ficamos muito empolgados pois havia pouca, quase nenhuma informação científica sobre a baleia cinzenta do Atlântico Norte, já que ela não está mais entre nós”, disse David Webster, professor e pesquisador sênior da Reitoria de Artes e Ciências da universidade.

Após anos no campus da faculdade, os ossos foram encaminhados ao Museu Harvard-Smithsonian, em Massachusetts, no final de 2021. O casal que originalmente os encontrou já faleceu, infelizmente, mas Webster disse que eles provavelmente estariam felizes em saber que seu achado possibilitou uma pesquisa continuada sobre uma espécie que, como eles, já não está mais entre nós.

“Estou certo de que eles estão sorridentes”, ele disse via comunicado. “Eles provavelmente estão dizendo ‘dá para acreditar? Nós chegamos bem longe!’”.

Segundo o Smithsonian, a expectativa é a de que o estudo dos ossos permita à instituição desvendar mais mistérios sobre como era a vida há 300 anos, oferecendo pistas do cotidiano das baleias cinzentas do Atlântico Norte: “espécimes como esse são amarrados a uma época e a um lugar”, disse Nicholas Pyenson, curador de mamíferos marinhos no museu. “Eles nos contam como o mundo costumava ser”.

Os restos apresentam indícios de que a baleia morreu de causas naturais durante um período de migração. Provavelmente sua carcaça acabou trazida pelo mar, onde nativos da época cortaram pedaços para guardar como alimento.

As baleias cinzentas do Atlântico Norte eram comumente vistas no hemisfério norte do planeta. Não é possível ainda determinar a causa de sua extinção, mas os habitats por onde a espécie era encontrada as tornavam um alvo fácil para a caça humana.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital