Encontro com raríssimo polvo-véu é registrado por bióloga no Instagram

Espécie havia sido avistada apenas três vezes, devido a sempre preferir o ambiente de mar aberto; primeiro macho só foi visto em 2002
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 14/01/2022 16h40, atualizada em 14/01/2022 17h37
Polvo-veu-capa
(Imagem: Jacinda Shackleton, via Instagram/Reprodução)
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Em uma das raras oportunidades da vida, um elusivo e raríssimo polvo-véu foi avistado pela bióloga neozelandesa Jacinda Shackleton, que registrou a ocasião em duas postagens em seu perfil pessoal no Instagram.

“Quando eu a percebi, pensei que poderia ser um peixe mais jovem com barbatanas mais longas, mas conforme me aproximei, notei ser uma polvo-véu fêmea e fui tomada por uma completa sensação de alegria e empolgação”, disse Shackleton ao Guardian.

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https://www.instagram.com/p/CYYfsh6P7dW/

O polvo-véu é um dos animais que apresenta o maior dimorfismo de gênero na natureza: enquanto as fêmeas chegam perto de dois metros (m) de comprimento, os machos mal passam de 2,5 centímetros (cm). O nome faz referência à membrana quase transparente que conecta os tentáculos dorsais e laterais nas fêmeas.

Esse é um dos poucos animais completamente imunes ao veneno da caravela portuguesa, um animal colonial bastante parecido com as águas-vivas. O veneno da caravela já foi responsável pela morte de humanos no passado, devido à sua ação intensamente dolorosa e que pode chegar ao sistema linfático, imitando sintomas de uma reação alérgica forte (fechamento da garganta, inchaços variados etc.).

As fêmeas, inclusive, são conhecidas por arrancar os tentáculos das caravelas portuguesas e carregá-los consigo para proteção.

“Eu comecei a gritar pelo meu snorkel: ‘é um polvo-véu!’ Eu fiquei tão empolgada que ficou difícil prender a respiração para mergulhar e filmar [o animal]”, ela comentou.

A primeira vez que um polvo-véu foi visto foi em 2002. Outras duas aparições foram registradas depois, até finalmente chegarmos ao episódio vivido por Shackleton, tornando a ocasião extremamente rara – daí a empolgação da bióloga, que é especializada na vida marinha e está sempre nadando pelas regiões de coral das praias australianas.

Shackleton contou ao Guardian que esta não foi a primeira vez que encontrou um animal raro: segundo a própria, também houve um “rolê” com duas arraias – uma arraia-águia e uma manta melanística (também chamada de manta negra). Entretanto, avistar o polvo-véu foi definitivamente a sua experiência favorita.

“Ver um deles é algo indescritível, eu fiquei extremamente cativada pelos seus movimentos, como se ela estivesse dançando pela água com uma capa. As cores vibrantes são simplesmente incríveis, você não consegue tirar os olhos dela”, ela comentou. “Eu verdadeiramente nunca vi nada parecido e acho que nunca mais verei em toda a minha vida”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.