Durante uma expedição de 34 dias pelas Ilhas Phoenix, arquipélago que fica a cerca de 5 mil km a nordeste de Sidney, na Austrália, biólogos marinhos tiveram a rara oportunidade de avistar um ser impressionante: o ‘polvo de vidro’. 

Esse cefalópode transparente, chamado Vitreledonella richardi, foi flagrado por um robô subaquático do navio de pesquisa Falkor, administrado pelo Schmidt Ocean Institute, uma fundação sem fins lucrativos fundada pelo casal Wendy e Eric Schmidt, ex-CEO do Google. Cientistas da Universidade de Boston e do Instituto Oceanográfico de Woods Hole também participaram da expedição.

Como outras criaturas “de vidro”, como algumas rãs e ctenóforos como as “carambolas do mar” e “águas-vivas de pente”, eles são quase completamente transparentes, com apenas seus olhos cilíndricos, nervo óptico e trato digestivo, opacos.

De acordo com a Science Alert, a tripulação da expedição relatou dois encontros com o polvo de vidro — um número que impressiona, visto que anteriormente havia imagens tão limitadas desses seres que os cientistas tiveram que aprender sobre eles estudando pedaços encontrados no conteúdo intestinal de seus predadores.

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Polvo de vidro vive entre 200 e 3 mil metros abaixo da superfície

Pouco se sabe sobre esses cefalópodes, exceto que eles vivem em áreas tropicais e subtropicais no oceano profundo no mesopelágico, ou zona crepuscular, entre 200 e mil metros abaixo da superfície. Também habitam a zona batipelágica, que é localizada entre mil e três mil metros abaixo da superfície, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza.

Esses cilindros cor de laranja são os olhos do animal, parte de sua estratégia de camuflagem contra predadores. Imagem: Schmidt Ocean Institute – Captura de tela YouTube Science Alert

A forma cilíndrica dos olhos dos polvos de vidro pode ter evoluído para minimizar a silhueta quando vistos de baixo, “e é parte da estratégia de camuflagem do animal”, de acordo com um artigo publicado em 1992 no Jornal da Associação Biológica Marinha do Reino Unido.

“O oceano contém maravilhas e promessas que nem imaginamos, muito menos descobertas”, disse Wendy Schmidt em comunicado. “Expedições como essas nos ensinam por que precisamos aumentar nossos esforços para restaurar e compreender melhor os ecossistemas marinhos em todos os lugares — porque a grande cadeia da vida que começa no oceano é crítica para a saúde e o bem-estar humanos”.

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