Três das ilhas menores de Tonga sofreram sérios danos causados pelas ondas de um tsunami gerado pela erupção de um vulcão submarino no Pacífico. A declaração foi feita por autoridades locais e pela Cruz Vermelha nesta quarta-feira (19), à medida que um quadro mais amplo da situação começa a emergir.

Imagem de satélite mostra violenta erupção vulcânica subaquática na região de Tonga, nação insular polinésia. Imagem: NICT via AP

Desde sábado (15), dia do desastre, as comunicações caíram em toda Tonga, não sendo possível ter conhecimento claro da situação das ilhas do arquipélago polinésio. No entanto, um navio chegou às ilhas periféricas de Nomuka, Manga e Fonoifua e “informou que poucas casas permanecem de pé depois que assentamentos foram atingidos com ondas de 15 metros de altura”, disse Katie Greenwood, chefe de delegação local da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

publicidade

“Informações muito infelizes vieram à tona da noite para o dia sobre as três ilhas com as qual estávamos realmente preocupados — que todas sofreram consequências devastadoras como efeito dessas ondas recebidas”, disse Katie em entrevista à Associated Press. “A maioria das estruturas e habitações nessas ilhas foram completamente destruídas”.

Protocolos rigorosos contra a Covid-19 podem dificultar ajuda de outras nações

Ainda não se sabe qual assistência Tonga precisa ou quer da comunidade internacional, e o país se preocupa em complicar as coisas com a possível disseminação da Covid-19, que efetivamente manteve fora de suas fronteiras, exceto por um caso relatado em um viajante da Nova Zelândia, em outubro.

publicidade
Imagens aéreas mostram danos na ilha de Fonoifua, em Tonga, após a erupção do vulcão Hunga Ha’apai.
Imagem: /NZ Defense Force

Tonga espera “ajuda quase sem contato” como precaução, segundo Katie, reconhecendo que isso complicaria os esforços, mas é algo compreensível em meio à pandemia. “Eles realmente não querem trocar um desastre por outro”, disse ela.

Cerca de 60% dos 106 mil moradores de Tonga já receberam duas doses da vacina, e quase 70% receberam pelo menos uma dose, de acordo com o Our World in Data.

publicidade

Antecipando as necessidades do país, a Nova Zelândia já enviou dois navios. Um deles transporta 250 mil litros de água e uma usina de dessalinização com capacidade para produzir mais 70 mil litros por dia. O outro navio está conduzindo uma equipe de levantamento e mergulho para ajudar a avaliar os danos aos canais de transporte, portos e infraestrutura de cais.

De acordo com Peeni Henare, ministro da Defesa da Nova Zelândia, é esperado que eles levem de três a quatro dias para chegar, embora uma estimativa fosse de que eles poderiam estar lá já na sexta-feira (21). “Não sabemos como estão as rotas marítimas, e por isso queremos, é claro, prosseguir com um pouco de cautela à medida que nos aproximamos das ilhas de Tonga”.

publicidade

Leia mais:

A ministra das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, disse que as equipes a caminho também estariam disponíveis para ajudar, se necessário, com a evacuação das cerca de 150 pessoas que vivem nas ilhas devastadas. “Estamos prontos para ajudar o governo de Tonga onde for útil, e onde eles estiverem satisfeitos com os protocolos da Covid”, disse ela.

Austrália quer focar nos idosos e pessoas com deficiência

Outro país que também está se preparando para enviar ajuda aérea e de navio é a Austrália. Segundo o primeiro-ministro Scott Morrison, haverá uma conversa entre as autoridades para definir o que é mais necessário. “Nossas forças de defesa têm intensificado suas operações e estão se destacando conforme necessário e direcionado”, disse ele. “Sentimos profundamente por nossa família em Tonga”.

Em Sydney, o vice-presidente da Câmara de Comércio de Tonga na Austrália, Koniseti Liutai, disse que sua organização estava preparando contêineres de transporte gratuito para membros da comunidade tongã local enviarem ajuda a seus parentes.

Em especial, ele disse que o governo está tentando atender necessidades específicas: as dos idosos ou deficientes. “Sabemos que os governos de Tonga, Austrália e Nova Zelândia, além de outros, estão focando na comida e água”, disse ele. “Estamos tentando ser um pouco mais específicos nas necessidades familiares”.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!