Um estudo italiano conseguiu coletar informações interessantes sobre as Kofun, tumbas gigantescas construídas no Japão antigo, cujo acesso é, na maior parte, proibido para o público por pertencerem às famílias de regentes do país há vários séculos.
Devido às restrições impostas pelo governo japonês, o estudo em questão foi conduzido por meio de imagens via satélite. Outro motivo da dificuldade em pesquisar as antigas tumbas é pela enorme quantidade delas: por todo o Japão, são 161.550 tumbas, segundo levantamento da Universidade de Hyogo.
Leia também
- “Attack on Titan”: 2ª parte da temporada final ganha trailer; assista
- Japão recria mural budista destruído pelo Talibã no Afeganistão
- Após clamor popular, lendário arcade da SEGA no Japão será reaberto em novo endereço
O novo estudo, conduzido pelo Politecnico di Milano, revela, por exemplo, que todas as kofun seguem a orientação do arco do Sol quando ele nasce – uma reverência à deusa Amaterasu, considerada pelos japoneses como uma de suas principais divindades, filha de Izanagi, o criador; e irmã de Tsukuyomi (divindade da Lua) e Susanoo (divindade das tempestades, além de líder (ou uma das lideranças) do reino paradisíaco de Takamagahara.
Uma das tumbas — chamada Daisen Kofun — é atribuída ao imperador Nintoku, o 16º da dinastia. Mas embora a maior parte dos japoneses considere sua existência um fato (chamam-no “O Santo Imperador” pela sua fama de extrema bondade), historiadores ainda não conseguiram atribuir a ele uma linha do tempo de vida. A “sua” kofun, no entanto, é parte da lista de patrimônios mundiais da UNESCO, além de ser a maior de todas, com 486 metros (m) de comprimento e 36 m de altura.
O time de pesquisadores foi liderado por Norma Baratta, Arianna Picotti e Giulio Magli, e descobriu que a orientação delas não acontece ao acaso: na verdade, alinhar seus arcos de entrada ao nascer do Sol (ou, em alguns casos, à posição da Lua) é uma tradição que remonta ao período imperial japonês. Antigamente, os imperadores eram considerados descendentes diretos de Amaterasu.
Boa parte das kofun também têm esse formato de fechadura. O entendimento da mitologia japonesa é o de que a chave simboliza poder e autoridade.
O estudo completo foi publicado no jornal científico Remote Sensing.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!