Recentemente ocorreu o primeiro transplante do coração de um porco geneticamente modificado para um humano. O feito, até então inédito, foi considerado um verdadeiro marco na medicina. No entanto, um item inusitado aparece na lista de produtos utilizados durante o procedimento: cocaína.  

Antes que você pense: não, a droga não foi usada ilegalmente e equipe médica conseguiu autorização da Drug Enforcement Administration para administrar o produto. Na verdade, a cocaína fez parte de um coquetel de drogas utilizado para manter o coração do porco ativo durante a cirurgia.

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Em entrevista para a Vice, o diretor do centro de transplantes cardíacos da Universidade de Maryland explicou  a utilização do produto. “Quando não estávamos usando essa solução, estávamos obtendo falhas em 48 horas”, disse. “Mas quando começamos a usar isso e infundir o coração com essa solução, o coração ficou bem preservado e começou a bater muito bem”, completou ainda. 

Cocaína na cirurgia?

O especialista ainda brincou dizendo  que a droga é necessária durante o procedimento, apesar de muita gente se assustar quando vê o produto listado entre os ingredientes da cirurgia. “O nome da cocaína aparece porque todo mundo pensa: ‘Oh meu Deus, o que a cocaína está fazendo aqui?'”.

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Os médicos ainda não sabem porque a droga ajuda a manter o coração funcionando por mais tempo. O fato é que, sem ela, o órgão transplantado era rejeitado pelo corpo humano. “Se não tivéssemos feito isso, a rejeição acontece em minutos e o órgão fica inútil”, finalizou o médico.

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Bartley Griffith, left, was the lead surgeon for Dave Bennett, who received a pig heart.
Bartley Griffith e Dave Bennett 
Imagem: University of Maryland School of Medicine

Entenda o transplante

Os médicos da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland conseguiram transplantar com sucesso um coração de porco geneticamente modificado em David Bennett como parte de um procedimento experimental.

Com isso, eles demonstraram que um órgão animal geneticamente modificado pode funcionar dentro do corpo humano e sem rejeição imediata. Após três dias do procedimento, Bennett está vivo e “passando bem”, de acordo com informações do hospital.
A Food and Drug Administration (FDA, a agência norte-americana) autorizou o procedimento por compaixão, já que Bennett era inelegível para um transplante de coração tradicional e não havia outras opções. “Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última escolha”, disse o paciente em um comunicado.

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