- Visual elegante
- Tela excelente
- 5G já pronto pro futuro
- Câmeras competentes
- One UI cada vez mais refinada
- Esquenta bastante e com facilidade
- Preço alto no lançamento
Em 2020 a Samsung inaugurou mais uma variante para os Galaxy S, colocando um sufixo FE no final e que funciona como uma forma de diminuir ainda mais a fina linha entre celulares topo de linha e intermediários. Agora, com bastante atraso por muitas possíveis causas, como a escassez de chips no mercado internacional, o Galaxy S21 FE chegou ao mercado.
Ele tem a árdua tarefa de repetir o sucesso que foi o Galaxy S20 FE, e faz basicamente a mesma matemática para conseguir um preço mais baixo: aproveita a queda no custo de alguns componentes, troca outros por versões menos potentes e lança um smartphone bem forte quanto o topo de linha do ano, mas nem tanto. Muito disso realmente aconteceu aqui, seguindo até algumas decisões menos animadoras, como a remoção da entrada para o cartão microSD e até o carregador.
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Bom, eu sou André Fogaça e passei a última semana com o Galaxy S21 FE no bolso, sendo ele meu único celular por sete dias e te conto, nos próximos parágrafos, como foi minha experiência neste curto período que pude ficar com o aparelho.
Review do Galaxy S21 FE em vídeo
Design e tela
Se você puder colocar o Galaxy S21 FE ao lado do Galaxy S21 normal, de frente, pode facilmente ficar confuso e não saber qual é qual. Os dois aparelhos são extremamente semelhantes em muita coisa no lado de fora, mas listando a ficha técnica de cada um, é possível notar algumas mudanças.
A primeira delas está na tela, que por um lado é maior no Galaxy S21 FE com suas 6,4 polegadas, mantendo o mesmo Dynamic AMOLED 2X em resolução Full HD, mas por outro o Galaxy S21 original, de 2021, é o único da dupla com taxa de atualização variável. O bacana desse recurso é oferecer animações mais fluidas, enquanto garante alguma economia de energia ao sair de 120Hz para 48Hz quando a imagem é estática, ou a tela tá parada.

O Galaxy S21 FE não tem isso, ele utiliza apenas em 120Hz ou 60Hz. A escolha é do usuário e por padrão o aparelho já vem no maior número. A experiência de uso é realmente superior, mas o consumo energético também.
Ok, indo para além disso, o display do Galaxy S21 FE é tão fantástico em reprodução de cores, detalhes e brilho, como o modelo que deu origem a ele. Em números, a iluminação máxima do S21 normal é maior, batendo em 1.200 nits, mas no cotidiano você não percebe dificuldade alguma para usar a tela do S21 FE, mesmo em locais muito iluminados ou em conteúdos com HDR.

Ainda na tela, o leitor biométrico fica logo abaixo dela e é do tipo óptico. Isso significa que uma parte do display fica branco e com brilho elevadíssimo, para “ler” a impressão digital do usuário. Dá certo, eu não tive dificuldade para o reconhecimento, mas nos momentos iniciais o sistema não era tão ágil para saber que o dedo era meu.
Na parte traseira, o plástico cobre toda a área, mesmo no calombo utilizado pela Samsung para acomodar os sensores. Ao todo são três, sendo o principal e o para ultrawide com 12 megapixels, enquanto o terceiro faz fotos com zoom óptico de três vezes e com 8 megapixels.

Mesmo sendo de plástico, eu não senti um material de baixa qualidade. Na verdade, o Galaxy S21 FE me trouxe boas lembranças do ótimo plástico presente nos Nokia Lumia, com acabamento fosco para diminuir a quantidade de marcas de dedos.
Nesse local, no calombo, fica outra diferença pro S21 normal: lá ele é de metal, aqui é só plástico. Mesmo assim, mesmo com acabamento menos requintado, o S21 FE não é feio, muito pelo contrário.

Fechando a parte externa, temos áudio estéreo saindo dos dois falantes, uma gaveta para dois chips de operadora e ela não tem espaço para cartões microSD. Eu entenderia essa decisão se o modelo lançado no Brasil trouxesse 256 GB, mas aqui só temos metade disso e nos meus testes, com poucas dezenas de fotos e alguns jogos instalados, eu ocupei quase metade disso.

Se o Galaxy S21 FE deveria seguir o que deu certo no S20 FE, ele precisava manter o leitor para os cartões de memória. Outro problema é a falta de carregador na embalagem, que seguiu o S21 normal e entrega só um cabo, mais nada.
Câmeras
Agora, as câmeras costumam aparecer nos primeiros olhares que todo mundo dá ao ver um celular. Então vou falar delas antes, ok? No Galaxy S21 FE você tem um sistema triplo na traseira e eu já falei suas resoluções (volta alguns parágrafos se você perdeu essa parte).

O resultado com o sensor principal é fantástico, assim como no S21 normal, já que os dois utilizam a mesma lente e os mesmos componentes para o lado de dentro.


Por aqui a abertura fica em f/1,8 e o trabalho do Exynos 2100 para lidar com os dados captados pelo sensor é ótimo. Seja em locais bem iluminados, seja em momentos mais escuros.


Existe até um modo noturno que aumenta a exposição, mas o conjunto já lida tão bem com o cenário, que você só precisa desse recurso de verdade se as luzes estiverem apagadas no local.


A lente e a resolução da ultrawide são as mesmas do S21 normal, mas o campo de visão do Galaxy S21 FE é um peteleco maior e o sensor também ocupa um pouquinho mais de espaço. O resultado final é uma imagem com bordas mais “entortadas” que na concorrência, mas eu curto isso, dá aquele ar de GoPro.


Claro que em momentos escuros o ruído é muito mais perceptível nessa lente, então o modo noturno pode e deve ser utilizado para limpar um pouco essa sujeira toda.


Já a lente para zoom óptico de três vezes perdeu resolução. Enquanto no Galaxy S21 original o trabalho era feito com um sensor de 64 megapixels, no S21 FE é de 8 megapixels.

Oito vezes menos pixels, resulta em imagens com muito menos informação entrando pro software fazer seu trabalho, mas o resultado é bom! Eu esperava uma queda acentuada, e ela não aconteceu.
Mesmo em locais menos iluminados, o zoom óptico entrega boas imagens e com granulado até que controlado. No final das contas, o sensor principal faz imagens fantásticas, o zoom óptico lida bem com a resolução muitas vezes menor e a ultrawide faz um bom trabalho. Em vídeo é possível fazer até 4K com 60 quadros por segundo.


As selfies podem ser feitas com 32 megapixels, que concentram os detalhes em uma imagem menos enorme. O resultado também é muito bom, superior ao encontrado no S21 normal, seja em resolução, seja em qualidade.
Hardware e software
Pulando para o hardware, saiba que basicamente qualquer coisa que já falamos bem ou mal do Galaxy S21, é repetido por aqui. Ambos utilizam o mesmo Exynos 2100, que é uma mudança curiosa para o lançamento do Galaxy S20 FE com Snapdragon por aqui. Enfim, no momento do lançamento desse celular, só o modelo com 6 GB de RAM veio pro Brasil e ele significa 2 GB a menos que o S21 original.
Isso resulta em travamentos, engasgos ou problemas? Não! Tudo rodou numa boa, seja app nativo, música em streaming, redes sociais…qualquer coisa da Play Store abriu quase que de forma instantânea e ficou bem em background, sem atrapalhar a vida dos outros programas.

Eu só senti alguma queda no desempenho enquanto fazia as fotos desse review, registrando diversos momentos. A sensação é que o trabalho do processador na imagem entrava numa espécie de fila, que ia deixando o celular um pouco lento se muitas fotos eram feitas em pouco tempo. Basta dar um espaço maior entre um registro e outro, que esse soluço para na hora.
Em jogos, eu tive ótimos resultados em dois títulos muito pesados: Asphalt 9 e Pokémon Unite. Todos os gráficos no máximo não fizeram cócegas no desempenho, mas Genshin Impact fez o Galaxy S21 FE sofrer. O game parecia rodar em 20 fps, com um blur bastante generoso no movimento para aliviar a sensação de performance caindo.
Certamente é algum problema com a otimização do chip, já que o Galaxy Z Flip 3, com Snapdragon 888, roda liso o mesmo jogo.

Agora, em todos os jogos eu notei que o Galaxy S21 FE esquenta com vontade. Se você ficar limitado em uma partida de poucos minutos, não vai ficar incomodado. Se aumentar esse tempo, pode começar a sentir o calor chegando com força em uma das laterais.
Eu senti ele aparecendo com mais velocidade em Pokémon Unite.

Fiquei três partidas seguidas e o celular estava muito quente. Não vi nenhuma queda no desempenho para aliviar a temperatura, situação chamada de thermal throttling. Certamente se eu ficasse em mais batalhas do jogo, esse momento chegaria.
Tudo isso roda logo acima da One UI 4 com Android 12. O sistema vem com as melhorias mais recentes do Google, como temas dinâmicos para mudar a cor de diversas partes do aparelho, de acordo com o tom predominante no papel de parede. A área de privacidade ganhou mais destaque no menu de ajustes e os widgets estão mais minimalistas, com cara de iOS, o que não é exatamente algo ruim.

O lado bom, mas bom de verdade, é que com o atraso do Galaxy S21 FE para chegar no mundo, ele já veio com o Android 12 e a Samsung promete quatro anos seguidos de atualização de segurança. Isso significa patches com correções e melhorias aparecendo no mínimo até 2026. Updates do próprio sistema serão enviados até o Android 15, em 2025.
Bateria
O Galaxy S21 FE vem com a mesma bateria de 4.500 mAh do Galaxy S20 FE e, por mais que o consumo ainda esteja elevado, a Samsung realmente conseguiu mudar algumas coisas para entregar um dia de uso ao usuário. Esse cenário acontece com a tela em 120Hz, podendo entregar ainda mais autonomia se o display for ajustado para 60Hz.

Eu fiquei contente com o resultado, mas você pode encontrar uma autonomia muito inferior se ficar jogando por horas e mais horas. O meu cotidiano de teste envolveu duas horas de vídeo no youtube, navegação em redes sociais, uma hora de podcast, algumas abas do Chrome, 5G funcionando em poucos momentos e nenhuma conexão desligada, seja Bluetooth ou Wi-Fi.
A recarga pode ser de até 25 watts, mas você precisa comprar um carregador se quiser usar a tomada, já que não tem nenhum na embalagem. Eu peguei um de 65 watts da própria Samsung e consegui sair de 0%, indo até 55% em 30 minutos. Com uma hora a bateria já marcava 93%, completando o tanque em mais ou menos uma hora e 15 minutos.

Também é possível utilizar um carregador wireless com 15 watts, mas o tempo de recarga sobe consideravelmente.
Galaxy S21 FE: Vale a pena?
Então, vale, mas isso só quando o Galaxy S21 FE não custar os R$ 4,5 mil propostos pela Samsung em seu lançamento. O problema dele é o próprio Galaxy S21 normal, que já custa R$ 4 mil no site da fabricante, ou um pouco menos no varejo.
O Galaxy S20 FE foi lançado pelo mesmo preço, mas ele trazia carregador na caixa, entrada para cartões microSD e fez um sucesso danado quando os valores despencaram. Ele chegou a bater em R$ 2 mil e nesse valor o aparelho era a melhor compra possível. Dava pra recomendar de olhos fechados.

O Galaxy S21 FE oferece tela de melhor qualidade, corpo bem acabado, autonomia bastante superior, ótimas fotos e desempenho consistente, mas não vale R$ 4,5 mil. Ele ainda sofre por ser lançado quase que colado com o Galaxy S22, que já vai trazer melhorias em todos os pontos, além de atrair a atenção das pessoas pelas novidades propostas.
Enfim, quando o Galaxy S21 FE chegar perto de R$ 2,5 mil…será uma ótima compra e eu posso recomendar. Agora, com esse preço de lançamento, não dá.
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Desempenho9.0
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Design9.0
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Câmeras9.0
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Bateria8.0
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Sistema/Interface10.0
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Tela10.0
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Conectividade10.0
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Resistência9.0
Galaxy S21 FE: ficha técnica
Tela: | Dynamic AMOLED 2X de 6,4 polegadas Full HD+ (2.400 x 1.080 pixels) 120 Hz HDR10+ |
Processador: | Samsung Exynos 2100 (5 nm) Octa-core com até 2,9 GHz |
GPU: | Mali-G78 MP14 |
RAM: | 6 GB |
Armazenamento: | 128 GB |
Câmeras traseiras: | Principal: 12 MP (f/1,8) Ultrawide: 12 MP (f/2,2) Teleobjetiva: 8 MP (f/2,4 com zoom óptico de 3x) |
Câmera frontal: | 32 MP (f/2,2) |
Sistema Operacional: | Android 12 One UI 4 |
Conexões: | 4G e 5G Wi-Fi 6 (2,4 GHz e 5 GHz) Bluetooth 5.0 (A2DP e LE) NFC USB-C GPS (A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO) |
Outros: | Leitor de impressões digitais sob a tela (óptico) |
Bateria: | 4.500 mAh carregamento rápido de 25 watts Carregamento reverso para outros produtos |
Dimensões: | 155,7 x 74,5 x 7,9 mm |
Peso: | 177 gramas |
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