Lançada em 1998 e com sua montagem completa concluída em órbita em 2011, a Estação Espacial Internacional (ISS) está chegando perto de se aposentar. E a Nasa acaba de divulgar um relatório delineando as metas para o resto da vida operacional do laboratório orbital, que deve acabar em janeiro de 2031.
Entre essas metas estão: permitir a exploração do espaço profundo, realizar pesquisas para beneficiar a humanidade, inspirar nossa espécie a maiores alturas, liderar e incentivar a cooperação internacional e ajudar a indústria privada de voos espaciais dos EUA a ganhar mais impulso.
“A Estação Espacial Internacional está entrando em sua terceira e mais produtiva década como uma plataforma científica inovadora em microgravidade”, disse Robyn Gatens, diretora da Estação Espacial Internacional na sede da Nasa, em comunicado emitido na segunda-feira (31). Conforme destaca o site Space.com, o laboratório em órbita tem hospedado tripulações rotativas de astronautas continuamente desde novembro de 2000.
“Esta terceira década é um dos resultados, baseando-se em nossa parceria global bem-sucedida para verificar tecnologias de exploração e pesquisa humana para apoiar a exploração do espaço profundo, continuar a devolver benefícios médicos e ambientais à humanidade e estabelecer as bases para um futuro comercial na órbita baixa da Terra”, acrescentou Gatens. “Estamos ansiosos para maximizar esses retornos da estação espacial até 2030, enquanto planejamos a transição para destinos espaciais comerciais que se seguirão”.
Nasa fechou contrato com empresas para construção de estação espacial privada
Em dezembro de 2021, a Nasa concedeu um total de US$415 milhões a três empresas – Blue Origin, Nanoracks e Northrop Grumman — que estão liderando os esforços para construir estações espaciais privadas na órbita da Terra.
A agência também mantém um acordo com a empresa Axiom Space, com sede em Houston, que lançará vários módulos para a ISS a partir do final de 2024. Esses módulos eventualmente se desprenderão da estação, formando um “piloto livre” operado privadamente em órbita.
Segundo a Nasa, eles querem que pelo menos um desses postos privados esteja funcionando antes que a ISS seja desativada, para que não haja lacuna na pesquisa orbital. Esse trabalho é necessário para se preparar para esforços ambiciosos como uma missão tripulada a Marte, que a agência pretende realizar na década de 2030.
Os contratos da Nasa com a Blue Origin, a Nanoracks, a Northrop Grumman e a Axiom representam a primeira etapa de um esforço planejado em duas fases para estimular o desenvolvimento de destinos comerciais em órbita baixa da Terra (CLD) durante a década de 2020, de acordo com o novo Relatório de Transição da Estação Espacial Internacional.
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O documento diz que a primeira fase deve continuar até 2025. “Para a segunda fase da abordagem da Nasa para uma transição para os CLDs, a agência pretende certificar que os tripulantes usem CLDs desses e potenciais outros participantes e, finalmente, comprem serviços de provedores de destino para a tripulação usar quando disponíveis”.
Economia bilionária
De acordo com o relatório, a segunda fase do plano será semelhante à abordagem que tem tomado com serviços privados de transporte de tripulação de e para a ISS.
Em 2014, a Nasa concedeu contratos multibilionários à SpaceX e à Boeing. A SpaceX entrou em funcionamento, lançando várias missões tripuladas à órbita com seu foguete Falcon 9 e a cápsula Crew Dragon desde maio de 2020. Já a Boeing ainda precisa fazer um voo de teste sem tripulação para a ISS antes que seu CST-100 Starliner possa transportar astronautas.
A mudança da ISS para postos comerciais acabará economizando quantias consideráveis de dinheiro da Nasa, que a agência pode investir em projetos de exploração no espaço profundo, segundo o relatório. “Estima-se que essa economia seja de aproximadamente US$1,3 bilhão em 2031, aumentando para US$1,8 bilhão até 2033”.
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