Pesquisadores da EPFL desenvolveram um novo tipo de processo de impressão que envolve a remoção de material em vez de inclusão. Esse novo método pode ser muito útil para imprimir papel-moeda e documentos de identidade, entre outros documentos importantes.

“Nós desenvolvemos um processo de impressão completamente novo, girando o conceito de Guttenberg de cabeça para baixo”, destacou o Professor Olivier Martin, chefe do Laboratório de Nanofotônica e Metrologia da Escola de Engenharia da UPFL (Swiss Federal Institute of Technology Lausanne).

Prof. Olivier Martin exibindo a inovação da EFPL. Divulgação/EFPL

Para demonstrar o feito, o professor aparece orgulhosamente exibindo uma representação do logotipo do Instituto de Tecnologia, produzido usando o método inovador, com as letras transparentes e as bordas pretas e em alumínio. A princípio, o objetivo dos pesquisadores era desenvolver um material capaz de absorver a luz por completo. Para isso, eles criaram um material composto de camadas de alumínio, fluoreto de magnésio e cromo, assentados a um substrato de acrílico.

As camadas são minúsculas, com alguns nanômetros de espessura e o resultado final é uma superfície preta capaz de absorver todas as ondas de luz. “O preto é uma cor muito difícil de obter. Você geralmente acaba com algo que tem tons azulados ou violeta. Mas em nosso caso, o preto que obtivemos era de fato preto. Isso significa que nosso material é capaz de capturar 100% da luz à qual é exposto,” explicou Martin.

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O estudante de Ph.D. que liderou o projeto, Sebastian Mader, queria verificar o que aconteceria se a camada superior do material, o cromo, fosse removida. “Depois que fiz isso, tudo o que restou foi o composto dielétrico e o alumínio. Juntos, esses dois compostos formam um espelho perfeito. Eles refletem todos os comprimentos de onda da luz, não absorvendo nada,” explicou Mader.

Por fim, os estudantes foram mais longe ainda e removeram as duas camadas restantes, restando apenas o substrato de Plexiglas. “Isso nos deu uma superfície totalmente transparente”. Para fazer essa remoção individual das camadas, um laser foi utilizado.

Os cortes eram tão precisos que os estudantes foram capazes de afinar as camadas o quanto quisessem para reproduzir o espectro completo de tons entre o preto e o transparente. “Quanto mais nós deixávamos o laser em um lugar, mais material era removido,” contou Martin. “Nós basicamente ‘desenhamos’ linhas de transparência em vez de linhas de cor.”

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Tal método pode ser bastante útil para aplicações de segurança ou impressão de notas. “Contraste é muito importante para nossos olhos, e desde que nosso método consiga produzir áreas tanto totalmente pretas quanto totalmente transparentes, nós podemos gerar muito contraste. Por exemplo, podemos desenhar letras brancas em um fundo preto, fazendo as letras serem muito fáceis de ler.”

A EPFL é conhecida por tecnologias inovadoras, como dispositivos que usam suor para ler níveis de estresse e um tipo de pele artificial que pode ser usada na medicina ou em realidade virtual.

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