Uma equipe internacional de pesquisadores relatou que um possível evento de microlente gravitacional testemunhado em 2011 foi devido à presença de um buraco negro flutuante livre vagando pelo espaço interestelar — o primeiro de seu tipo já observado. O grupo publicou um artigo descrevendo suas descobertas no servidor de pré-impressão arXiv.

Microlente gravitacional é um evento que ocorre quando duas estrelas a distâncias diferentes da Terra se alinham temporariamente em nossa perspectiva. A gravidade da estrela em primeiro plano atua como uma lente e amplia a luz da estrela de fundo.

Diversos cientistas já disseram, há algum tempo, que há muitos buracos negros vagando pelo espaço interestelar, mas, até agora, eles não tinham de fato encontrado um, o que se deve à própria natureza desses fenômenos: eles são difíceis de detectar em meio à escuridão do espaço. 

Imagem feita pelo telescópio Hubble em agosto de 2017. Circulada em verde está a estrela que pode indicar o primeiro buraco negro flutuante avistado pelos cientistas. Imagem: An Isolated Stellar-Mass Black Hole Detected Through Astrometric Microlensing – arxiv

Ainda assim, as evidências de sua existência eram fortes. Pesquisas anteriores apontaram que os buracos negros são formados quando as estrelas chegam ao fim de suas vidas e seus núcleos entram em colapso, geralmente produzindo uma supernova. E como muitas dessas supernovas foram observadas, parecia claro que muitos desses fenômenos devem ter sido criados como resultado.

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Dados do Hubble ajudaram a identificar buraco negro flutuante

Em 2011, pesquisadores estavam estudando lentes gravitacionais quando avistaram uma estrela que parecia brilhar de forma inesperada sem motivo aparente. Intrigados, os cientistas começaram a analisar os dados do Hubble

Durante seis anos eles assistiram como a luz mudou, esperando que a mudança fosse devido à ampliação de um buraco negro. Então, eles encontraram outra coisa: a posição da estrela parecia mudar. Os pesquisadores sugerem que a modificação só poderia ser devido a um objeto móvel invisível exercendo uma força que estava distorcendo a luz à medida que passava: um buraco negro interestelar. 

Eles continuaram analisando a estrela e seu brilho, e descartaram a possibilidade de qualquer luz proveniente da lente. Também confirmaram que a ampliação tinha uma longa duração.

Assim, a equipe identificou evidências fortes o suficiente para confirmar o avistamento de um buraco negro flutuante, do qual os pesquisadores foram capazes até de medir o tamanho, sete massas solares. Eles também descobriram que ele está viajando a aproximadamente 45 km/segundo.

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