Smartwatches, monitores eletrônicos de saúde e outros dispositivos de Internet das Coisas (IoT) podem obter um aumento significativo na autonomia da bateria graças a novas pesquisas de energia ambientalmente corretas do Instituto de Tecnologia Avançada (ATI) da Universidade de Surrey, na Inglaterra, e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Brasil.

Em um artigo publicado no periódico científico Nanoscale, os autores do estudo mostram como um supercapacitor pode ser fabricado em um dispositivo de armazenamento de energia de alto desempenho e baixo custo que pode ser facilmente integrado em calçados, roupas e acessórios.

Supercapacitor flexível criado por cientistas para otimizar bateriais de dispositivos de Internet das Coisas. Imagem: Universidade de Surrey

Supercapacitor tem potencial para ser aplicado em veículos autônomos

“Os supercapacitores são fundamentais para garantir que as tecnologias 5G e 6G atinjam todo o seu potencial”, disse o professor Ravi Silva, diretor do ATI e chefe do Centro de Nanoeletrônica da Universidade de Surrey. “Embora os supercapacitores possam certamente aumentar a vida útil das tecnologias de consumo vestíveis, eles têm o potencial de ser revolucionários quando você pensa sobre seu papel em veículos autônomos e sensores inteligentes assistidos por Inteligência Artificial que poderiam nos ajudar a economizar energia”. 

Segundo Silva, aí está a importância de se criar uma maneira de baixo custo e ambientalmente amigável para produzir essa tecnologia de armazenamento de energia “incrivelmente promissora”. 

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Recarga de baterias fica muito mais rápida com a nova tecnologia

Um supercapacitor, de acordo com os pesquisadores, é um meio de armazenar e liberar eletricidade, como uma bateria típica, mas que o faz com tempos de recarga e descarga muito mais rápidos. 

A nova abordagem trata de um novo procedimento para o desenvolvimento de supercapacitores flexíveis baseados em nanomateriais de carbono. Esse método, que é mais barato e menos demorado para fabricar, envolve a transferência de matrizes alinhadas de nanotubos de carbono (CNT) de um disco de silício para uma matriz de polidimometiloxano (PDMS).

Então, isso é revestido em um material chamado polianilina (PANI), que armazena energia através de um mecanismo conhecido como “pseudocapacitância”, oferecendo excelentes propriedades de armazenamento de energia com excepcional integridade mecânica.

Segundo a equipe, seu supercapacitor aprimorado e fino retém a maior parte de sua capacitância (a quantidade de carga elétrica que pode ser armazenada) após inúmeros ciclos em diferentes condições de dobra, demonstrando sua robustez, longevidade e eficiência.

“Trabalhar na ATI em um projeto que poderia ter um impacto positivo na indústria e nosso ambiente tem sido incrivelmente gratificante”, declarou Raphael Balboni, doutorando na UFPel. “Meu supervisor, professor Silva, e toda a equipe da Surrey me fizeram sentir como um membro valioso da equipe e tive a sorte de aprender com colegas excelentes. Esta é uma experiência que eu nunca vou esquecer”.

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