Presumidamente cansados de perderem parentes todo ano na ceia de Natal, cerca de 25 perus invadiram o Centro de Pesquisa Ames, mantido pela NASA em Mountain View, na Califórnia — e eles simplesmente se recusam a ir embora.

De acordo com as autoridades — federais, porque se você vai “causar”, que faça isso com vontade e força —, os animais vêm causando toda a sorte de problemas: bicando carros, causando engarrafamentos por ocuparem vias de tráfego e até “deixando presentes” por todo lugar.

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Nós estamos falando de cocô de mais de 20 perus, na NASA, se não ficou claro.

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Imagem mostra diversos perus caminhando pelo Centro Ames, da NASA
“Perus invadindo a NASA” seria algo realmente inédito na história, se a humanidade já não tivesse passado pela “Grande Guerras aos Emus“, na Austrália. Imagem: Dominic Hart/NASA/Reprodução

De acordo com Tanya Espinosa, porta-voz do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, é bem provável que os perus se recusem a deixar o centro da NASA porque algumas pessoas — claramente, desertores da raça humana que se aliaram aos animais — insistem em alimentá-los, apesar de diversas placas proibindo a prática.

“Isso é meio que uma situação única”, disse Ken Paglia, porta-voz do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, que está buscando acomodações em uma reserva ecológica próxima para os animais. “Geralmente, perus selvagens não são algo que temos que gerenciar. Se alguém encontra um peru na porta da frente de sua casa, não é de nosso feitio buscá-lo e realocá-lo para outro lugar”.

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Pássaros invadindo o Centro de Pesquisa Ames não são uma novidade e, segundo a NASA, isso acontece todo ano. O problema é que, desde o início da pandemia da COVID-19, em março de 2020, o número de pássaros vem aumentando gradualmente, a ponto de se tornar um problema.

E o pior: o início de ano nos EUA costuma abrir a temporada de reprodução de diversas espécies de pássaros no país. Em outras palavras, se esse bando rebelde de pássaros que ficam deliciosos quando assados em um forno pré-aquecido a 180º por cerca de três horas (de nada) não for retirado logo, é provável que seus números aumentem exponencialmente.

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Falando nisso, sabia que perus selvagens botam até 100 ovos por ano? E, em média, 14 a 15 ovos por temporada?

O processo de remoção, felizmente, é bem mais ecológico e correto do que possa parecer: as autoridades locais estão preparando armadilhas usando milho — grãos e sabugos — para atrair as aves para uma armadilha móvel que pode ser transportada para a reserva ecológica de San Antonio Valley, a 50 km de San Jose. Durante esse processo, os perus farão exames de sangue e coletas de fluidos da boca e da cloaca, além de receberem anéis de identificação para determinação de seus gêneros.

O envolvimento do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, no entanto, é que chamou mais atenção: normalmente, é a polícia local ou algum centro de zoonoses que cuida desse tipo de problema. Entretanto, o Centro de Pesquisa Ames corresponde a terras federais, então forças municipais não têm autorização para agir lá.

Pois é: para enfrentar os perus que odeiam a NASA, precisamos dos federais, aparentemente.

A ideia, segundo Paglia, é mover os animais em uma ou duas semanas, e torcer para que eles façam seus ninhos nas reservas. “Desta forma” — disse o especialista — “os mais jovens não aprenderão com os mais velhos os hábitos ruins, como atacar carros ou estragar paisagens”.

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