Lembra-se de quando comentamos que a FAA, o órgão federal que controla o setor aeroespacial nos EUA, estava demorando a fazer as análises que permitirão — ou não — à SpaceX lançar a nave orbital Starship? Pois é, o órgão adiou novamente uma vistoria necessária para essa permissão para 28 de março de 2022.
A vistoria em questão serve para autoridades do governo estadunidense analisarem parâmetros ambientais aplicados pela SpaceX na Starbase, na própria Starship e em seu propulsor — o foguete Super Heavy —, bem como tudo que seja pertinente ao projeto. Sem a aprovação nessa vistoria, a SpaceX não poderá lançar sua nave orbital.
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Esse é o terceiro adiamento causado pela FAA, que recebeu a documentação necessária das mãos da SpaceX no primeiro semestre de 2021. Naquela época, o órgão federal jogou a data da vistoria para dezembro do ano passado. Chegando o referido mês, a entidade adiou o processo para 28 de fevereiro de 2022.
Agora, afirmando que precisa de mais gente tecendo comentários técnicos na documentação há muito emitida, a FAA anunciou na última terça-feira (14) um novo adiamento, de 30 dias, marcando a vistoria para 28 de março.
Originalmente, os planos da empresa de Elon Musk eram o de realizar o primeiro voo orbital completo de teste da Starship “a partir de março”, dependendo da vistoria. Com ela sendo adiada em mais um mês, é seguro dizer que a Starship não vai ganhar os céus até pelo menos o começo de abril — no melhor cenário possível: convenhamos, Musk anda relutante em se comprometer com datas, e as incertezas dessa vistoria não estão ajudando.
Felizmente, a SpaceX pensou em contingências: se por qualquer razão, a FAA não aprovar o licenciamento ambiental da Starbase — que fica na estrutura da empresa em Boca Chica, no Texas —, Elon Musk já afirmou, em uma apresentação recente, que a Starship poderá ser movida para o Cabo Canaveral, na Flórida, onde as aprovações ambientais necessárias já foram obtidas.
A ideia, no entanto, exigiria a construção de uma plataforma de lançamento consideravelmente maior, capaz de comportar não apenas a Starship, mas também o Super Heavy (empilhados, ambos constituem o maior sistema de lançamento já construído, a 120 metros de altura).
Não é como se a Starship nunca tivesse voado antes: protótipos da nave orbital fizeram alguns lançamentos de teste, mas nenhum deles envolveu o Super Heavy e estes voos eram bem menores em escala — o mais alto chegou a 10 km de altura e durou poucos minutos. O voo completo de testes ultrapassará a fronteira do espaço, a 100 km de altitude, e será bem mais longo.
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