Depois de cinco anos, supercarro elétrico Faraday Future FF91 chegará com 1050 cv para enfrentar Tesla S Plaid

Sedã FF91 brilhou na CES 2017, mas nunca conseguiu ir à linha de montagem por conta dos problemas financeiros da Faraday Future
Por Lucas Berredo, editado por Fábio Marton 18/02/2022 11h24
Faraday Future FF91
Faraday Future/Divulgação
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A fabricante americana Faraday Future finalmente vai lançar o crossover elétrico FF91, seu primeiro modelo de produção. O anúncio, realizado via Twitter, marca a data de lançamento para a próxima quarta-feira (23) e afirma que o carro agora só precisa de “validações e certificações finais de engenharia” para ir à montagem. O evento será realizado de forma virtual.

Revelado há mais de cinco anos — em uma versão que a empresa chama de “forma de produção” —, o FF91 é o sedã topo de linha da Faraday. Como nos modelos da Tesla, as portas traseiras serão do tipo suicida com abertura automática, enquanto, por dentro, o motorista terá acesso a uma ampla tela de infoentretenimento no meio do painel. São previstos ainda recursos como direção autônoma e tecnologia de reconhecimento facial.

Em termos de potência, o FF91 virá com bateria de 130 kWh, o que deve lhe conferir uma autonomia de 465 quilômetros. Já no 0 a 100 km/h, o carro deve ficar próximo do Tesla Model S Plaid, virando em torno de 2s4.

A Faraday Future planeja iniciar a produção do FF91 ainda este ano na sua fábrica em Hanford, na Califórnia (EUA). Anteriormente pertencente à Pirelli, a planta foi comprada pela empresa após planos para a inauguração de uma linha de montagem em Las Vegas fracassarem.

Faraday Future FF91
FF91 virá com bateria de 130 kWh e 1.050 cavalos de potência (Faraday Future/Divulgação)

CEO problemático e dificuldades financeiras

Há um porquê da Faraday Future demorar cinco anos para lançar o FF91. Acontece que, nos últimos anos, a empresa passou por uma série de dificuldades financeiras após o hype em torno do sedã na CES 2017.

Primeiro, descobriu-se que as 64,1 mil reservas anunciadas pela Faraday Future depois da exposição do FF91 eram falsas — na verdade, apenas 60 das pessoas teriam pago o depósito de US$ 5 mil para adquirir o carro. Depois, o CEO da companhia, Jia Yueting, teve os bens bloqueados pelo governo da China em razão de pagamentos atrasados a credores da LeEco, grupo que havia assumido há pouco tempo e que era a empresa-mãe da Faraday Future. Em resumo, a história que havia começado como o sonho de uma startup americana “inovadora” se transformou numa problemática tragédia, estreitamente ligada à China.

Por conta da enxurrada de problemas, a Faraday Future nunca conseguiu financiamento para fabricar o FF91. Houve uma tentativa de investimento do grupo de saúde chinês Evergrande em 2018, mas desentendimentos entre Yueting e a companhia acabaram minando o acordo.

Recuperação e parceria com a Geely

Em 2020, o cenário se acalmou após Jia Yueting ser afastado da presidência. Em seu lugar, entrou o alemão Carsten Breitfeld, ex-executivo da (também montadora) chinesa Byton.

De lá para cá, a startup fechou parceria com a montadora chinesa Geely (dona da Volvo), além de um acordo com uma companhia de aquisição de propósitos especiais (Spac, na sigla em inglês) que conferiu ao grupo um valor estimado de US$ 1 bilhão. Com isso, a empresa pôde abrir capital para entrar na Nasdaq e ter condições de atrair investimentos. Agora, é ver se a recepção ao FF91 irá redimir a acidentada história da Faraday.

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Redator(a)

Lucas Berredo é redator(a) no Olhar Digital

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Fábio Marton é redator(a) no Olhar Digital