O estado australiano de Nova Gales do Sul definiu um salário mínimo que deve ser pago aos motoristas autônomos, um setor em que muitos atuam como entregadores para grandes empresas como a Amazon. A nova legislação, segundo a Reuters, é pioneira no mundo.
A medida, que será implementada gradualmente nos próximos três anos, exige que aqueles que trabalham com os seus próprios veículos recebam pelo menos 37,80 dólares australianos por hora (o salário mínimo no país é de A$ 12,9 por hora). Em uma jornada semanal de 40 horas, por exemplo, os trabalhadores terão que receber ao menos 1.512 dólares australianos (praticamente R$ 5,6 mil na cotação atual).
Vale ressaltar que o estado é a sede principal de operações da Amazon na Austrália. Na prática, será o primeiro lugar onde a gigante do varejo será obrigada a pagar salários estabelecidos por lei aos entregadores autônomos, revela o ‘Sindicato dos Trabalhadores em Transporte’ do país.
“É isso que acontece quando os trabalhadores lutam juntos por um salário justo”, disse o secretário nacional do sindicato, Michael Kaine. “Por muito tempo, empresas como a Amazon conseguiram explorar brechas para contornar direitos e salários justos”, acrescentou.
Segundo um porta-voz da Amazon, a empresa vai “continuar oferecendo aos parceiros de entrega remuneração competitiva” e horários flexíveis de trabalho. Os motoristas que atuam em Nova Gales do Sul já ganharam mais, em média, do que a nova taxa que entra em vigor no dia 1º de março, acrescentou a gigante do varejo.
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Nova regra do salário mínimo vale para todos
Vale destacar que a regra do salário mínimo se aplica para todas as empresas que contratam motoristas de entrega com carros de peso inferior a duas toneladas. A Amazon, por sua magnitude, é a principal empregadora da região, com milhares de contratados em Nova Gales do Sul.
Desde 2020, ano em que a modalidade de entregas Flex foi lançada na Austrália, os motoristas que usam os seus próprios veículos para entregas recebiam valores variados pelo serviço, já que tecnicamente não eram vistos como funcionários pela empresa.
Via: Reuters
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