WeChat e AliExpress são listados como serviços envolvidos em pirataria nos EUA

O governo americano adicionou às plataformas de comércio eletrônico do WeChat e AliExpress a lista de serviços envolvidos em pirataria
Por Gabriel Sérvio, editado por Karoline Albuquerque 18/02/2022 09h46, atualizada em 18/02/2022 09h59
Símbolo antipirataria em um teclado de computador
Símbolo antipirataria em um teclado de computador (Imagem: Bloomicon/Shutterstock)
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O governo americano anunciou nesta quinta-feira (17) que adicionou as plataformas de comércio eletrônico do WeChat e o gigante AliExpress à lista de serviços envolvidos em falsificação e violação de direitos autorais.

Ao todo, o novo relatório identificou 42 serviços que negociam produtos piratas pela internet e 35 físicos que vendem ou facilitam o comércio de uma ampla gama de produtos piratas, desde calçados, livros, músicas, jogos, dentre outros.

Segundo as autoridades, suas atividades causaram perdas financeiras significativas para empresas, trabalhadores e representam riscos à segurança do consumidor.

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Objetivo da lista é motivar ações apropriadas do setor privado e dos governos no combate à pirataria. Imagem: Gonin/Shutterstock

Outras gigantes chinesas também foram listadas, como a Taobao, de propriedade do grupo Alibaba, a DHGate e o Baidu Wangpan, um serviço de armazenamento em nuvem que, segundo as alegações, permite compartilhar filmes, programas de TV e livros piratas.

Em comunicado, o Alibaba declarou que espera continuar trabalhando junto às autoridades para “entender e abordar as preocupações” sobre a proteção de propriedade intelectual em suas plataformas. 

“Conhecemos os desafios na proteção da propriedade intelectual e continuamos totalmente comprometidos em avançar nessa área”, disse a empresa.

Já a Tencent, dona da plataforma WeChat, “discordou fortemente” da decisão dos EUA. A companhia declarou que já monitora e impede as violações de propriedade intelectual em seu ecossistema de e-commerce.

“Adotamos uma abordagem abrangente com base nas melhores práticas do setor para combater a falsificação e a violação em todas as nossas plataformas”.

Lojas estrangeiras que operam por meio da Amazon no Reino Unido, Canadá, França, Alemanha e Índia também foram listadas, o que provocou protestos da gigante do varejo.

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Comércio de produtos piratas “aumenta a vulnerabilidade dos trabalhadores”

O relatório também examinou o impacto da manufatura de produtos falsificados na vida dos trabalhadores, já que a falsificação e a pirataria geralmente andam de mãos dadas com condições de trabalho inseguras.

A representante do órgão regulador de comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, emitiu um comunicado sobre os achados. Para Katherine, o comércio de produtos falsificados “mina a inovação e a criatividade” e prejudica os trabalhadores.

“Esse comércio ilícito aumenta a vulnerabilidade dos trabalhadores envolvidos na fabricação de produtos falsificados a práticas trabalhistas exploradoras”. Além de representar “riscos significativos para a saúde e segurança de consumidores”, comentou.

Por fim, apesar de não resultar em penalidades imediatas para as empresas mencionadas, o governo indica que o objetivo da lista é motivar ações apropriadas do setor privado e governos no combate à pirataria.

O Congresso americano também está ponderando outras ações mais duras que podem reprimir as vendas e o envio de produtos chineses para os Estados Unidos. Vale destacar que o limite para um bem entrar no país com isenção de impostos é de US$ 800. Uma política que, segundo os críticos, também impulsionou a explosão de encomendas importadas.

Fonte: The New York Times

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital