Frequentes no Brasil, os tremores de terra de baixa intensidade, causados pelo contínuo processo de acomodação das placas tectônicas, geralmente são imperceptíveis pela população. No entanto, não foi esse o caso dos abalos sísmicos registrados na Bahia, no Ceará e em Minas Gerais no último sábado (19).
Moradores de pelo menos duas cidades nordestinas, distantes quase 700 quilômetros uma da outra, sentiram pequenos tremores de terra ao longo de todo o dia. Captados pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-UFRN), os abalos foram de pequena intensidade e não causaram grandes estragos.
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Um primeiro registro feito pelo LabSis aconteceu na região de Curaçá, no norte da Bahia, por volta das 5h da manhã. Com base nos dados de suas estações sismográficas, o laboratório potiguar estima que o tremor de terra chegou a uma magnitude preliminar de 2.1 na escala Richter (mR).
De acordo com o órgão, o segundo evento sísmico confirmado ocorreu na região de Canindé, no norte cearense, a cerca de 100 km da capital Fortaleza. Já era noite, por volta de 21h30, quando os moradores locais sentiram o tremor de terra que o LabSis calcula ter atingido 2.4 mR.
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Antes disso, na madrugada de sexta para sábado, a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) registrou dois eventos de magnitudes semelhantes em Divinópolis (MG). Nessa região, segundo a RSBR, desde o início do ano já foram registrados 36 eventos semelhantes.
Nordeste é atingido frequentemente por tremores de terra
“Tremores desta ordem de grandeza ocorrem com uma certa frequência no país, principalmente na região Nordeste, dada as características locais”, explicou à Agência Brasil o geofísico Eduardo Menezes, do LabSis-UFRN. “Normalmente, esses eventos são causados pela existência de falhas geológicas. E seus efeitos, principalmente emocionais, são mais sentidos quando os abalos ocorrem próximos a áreas urbanas”.
Segundo o especialista, eventualmente, tremores de pequena intensidade podem causar algum dano estrutural às construções, principalmente caso venham a se repetir em um curto intervalo de tempo. “O grande problema é a repetição em um curto período de tempo, a exemplo do que temos observado em Canindé, onde, só este mês, já registramos seis eventos semelhantes, percebidos pela população”.
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