Após os primeiros ataques da Rússia à Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24), o país teme que a internet sofra um apagão geral. Sabe-se que os russos foram associados aos ataques nos sites do governo ucraniano horas antes do começo da invasão.

E, neste momento, a população ucraniana teme um ataque completo à infraestrutura de telecomunicações do país, deixando a Ucrânia completamente no escuro, facilitando as ações da Rússia.  

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Por ora, a internet na Ucrânia funciona normalmente, com exceção de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia que foi alvo dos ataques russos. O projeto Internet Outage Detection and Analysis (IODA) na Georgia Tech relatou interrupções parciais nesta manhã e o provedor Internet Triolan, que atende várias cidades e outras áreas da Ucrânia, também está sofrendo com interrupções.  

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A Triolan afirmou que seus serviços voltaram a operar completamente, mas usuários apontam que ainda enfrentam dificuldades de acesso, principalmente em Kharkiv.  

Um porta-voz da Cloudflare disse ao portal The Verge que o monitoramento de tráfego mostrou que grande parte da internet ucraniana está funcionando completamente, mas que as conexões em Kharkiv foram interrompidas.  

“Vimos um aumento no uso da Internet após às 03:30 UTC, talvez indicando que os ucranianos usam a Internet para notícias e informações. Atualmente, estamos vendo cerca de 80% da carga que normalmente vemos na Ucrânia. O tráfego de Kharkiv parece estar cerca de 50% abaixo dos níveis normais”, explicou o porta-voz.  

Bandeiras da Rússia e Ucrânia
Ucranianos temem apagão geral na internet. Imagem: Vladimir Zotov/Shutterstock

De acordo com a mídia ucraniana, a Rússia realizou diversos ataques a pontos estratégicos, como centros de comando militar e centros de transporte, mas ainda não atacou efetivamente os serviços de telecomunicações.  

Vale ressaltar que a internet é, neste momento, o principal meio de comunicação e esclarecimento de informações entre a Ucrânia e o restante do mundo. 

Conflito na Ucrânia

No começo desta quinta-feira (24), o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma operação militar na Ucrânia e alegou que o objetivo é proteger civis. Em um longo discurso transmitido na televisão, Putin falou que a decisão é uma resposta a ameaças que alega ter vindo da Ucrânia.

“A situação exige que tomemos medidas decisivas e rápidas”, disse ele e acrescentou que Moscou realizará a “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia e encerrará oito anos de guerra, onde as forças do governo de Kiev tem lutado contra militantes separatistas pró-Moscou.

Além disso, ele acrescentou que a Rússia não tem o objetivo de ocupar a Ucrânia e que toda a responsabilidade pelo sangue derramado é do “regime” ucraniano, alertando também outros países que qualquer tentativa de interferir levaria a “consequências que eles nunca viram”. 

Putin acusou os Estados Unidos e seus aliados de ignorarem a exigência da Rússia de impedir a Ucrânia de ingressar na Otan por conta da necessidade de oferecer garantias de segurança a Moscou. Ele afirmou que a operação militar russa quer ter uma “desmilitarização” da Ucrânia e que todos os militares ucranianos que deixarem de lado suas armas poderão deixar com segurança a zona de combate.

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