De acordo com um novo estudo, o evento climático conhecido como “El Niño” (“O Menino”, em espanhol) deve ficar mais frequente e mais intenso até 2040. A pesquisa levou em consideração quatro supostos cenários distintos de mudanças climáticas, e determinou que o efeito que aumenta a temperatura das águas oceânicas ocorrerá mais vezes em todos eles.

Como você sabe, o El Niño ocorre em um intervalo médio entre três e cinco anos, e corresponde ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. O efeito imediato disso é a redução de captura na pesca, bem como um aumento incomum de chuvas na região oeste da América do Sul e secas em regiões como Indonésia e Austrália. Ele tem uma íntima relação com o avanço do aquecimento global, mas cientistas ainda não chegaram a um consenso quanto a esta parte.

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O efeito de aumento das temperaturas do oceano - o popular El Niño - ficará mais evidente e mais frequente em menos de 20 anos, segundo novo estudo
O efeito de aumento das temperaturas do oceano – o popular El Niño – ficará mais evidente e mais frequente em menos de 20 anos, segundo novo estudo (Imagem: Alfred Rowan/Shutterstock)

“Nós sabemos, por estudos anteriores, que, quando medimos as mudanças causadas pelo El Niño em termos de alterações de chuvas no Pacífico equatorial, os modelos preveem um aumento na frequência desses eventos”, disse o Doutor Jun Ying, do Segundo Instituto de Oceanografia, ligado ao governo da China. “Este estudo mostra que essas mudanças podem ocorrer mais abertamente nos próximos 20 anos”.

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Os cenários avaliados pelo estudo consideram, todos eles, o chamado “Tempo de Emergência”, termo aplicado a um sinal de mudança climática de grande porte aparecendo durante a pesquisa de alguma outra variação, de menor capacidade.

Segundo o co autor do estudo, Mat Collins, professor da Universidade de Exeter, em todos os cenários possíveis, a melhor possibilidade é a de que as mudanças de frequência do El Niño comecem a aparecer a partir de 2040. Em outras palavras: segundo o estudo, já não importa mais o que façamos para minimizar os seus efeitos, essa é uma realidade já dada como certa.

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“Pelo fato da chuva tropical ser associada às temperaturas mais aquecidas da superfície do mar, serão as mudanças relativas desse parâmetro que terão mais importância do que uma mudança absoluta”, ele contou. “Isso nos leva à conclusão bastante desagradável de que essas mudanças já são, essencialmente, inevitáveis”.

Em outras palavras: não será um grande evento de mudança, onde iríamos, como diz o meme de internet, “de 0 a 100 muito rápido”. Ao invés disso, estamos falando de pequenas mudanças cada vez mais próximas uma da outra, e o conjunto disso tudo é que vai contemplar uma nova realidade climática para a Terra.

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O estudo completo pode ser visto no Nature Climate Change

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