Após um século de um dos naufrágios mais famosos da história, foram localizados destroços do barco “Endurance”, do explorador anglo-irlandês Ernest Shackleton, no Mar de Wedell, na Antártica. Conforme foi noticiado nesta quarta-feira (9), pelos líderes de uma expedição, o barco foi encontrado a uma profundidade de 3.008 metros, intacto e a seis quilômetros do local do naufrágio.
“Estamos impressionados com nossa sorte por conseguirmos localizar e captar imagens do ‘Endurance'”, disse Mensun Bound, diretor da missão de exploração. Segundo ele, o barco está “erguido no fundo do mar, intacto e em um estado de conservação fantástico” e completou que é o melhor barco de madeira naufragado que já viu. “Até se consegue ler o nome ‘Endurance’ inscrito num arco na popa”, acrescentou.
A expedição foi organizada pela Falklands Maritime Heritage Trust e incluiu quase 100 pessoas. O grupo saiu da Cidade do Cabo, na África do Sul, no dia 5 de fevereiro com o objetivo de encontrar os destroços. Além disso, a expedição de busca contou com tecnologia de ponta, com drones submarinos para explorar a área, a qual Shackleton descreveu como “a pior parte do pior mar do mundo” por conta das condições de gelo.
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Em 1914, o explorador Ernest Shackleton embarcou no ‘Endurance’ para realizar a sua terceira viagem à Antártica e planeava atravessar a região, do Mar de Weddell ao Mar de Roos, via Polo Sul, em uma distância de 2.900 quilômetros. Porém, em 1915, o barco encalhou e afundou ao fim de 10 meses, esmagado pelo gelo.
O acontecimento se tornou histórico e lendário por causa das condições de sobrevivência da tripulação, ao todo eram 28 pessoas e todos sobreviveram. Eles acamparam durante meses, antes do gelo derreter e depois, Ernest Shackleton e seus companheiros foram em pequenas embarcações para a ilha Elefante, ao largo da Península Antártida.
Da ilha, o explorador e a sua equipa conseguiram viajar 1.300 quilômetros até à ilha de Geórgia do Sul, com o barco “James Caird” e retornaram com ajuda para resgatar toda e tripulação. Eles chegaram de volta ao seu destino 16 dias depois, no ano de 1916.
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