Múmia no Peru estava acompanhada de 20 vítimas de sacrifício humano

Os restos mortais das 20 pessoas indicam que algumas se tratavam de crianças; múmia foi originalmente descoberta em 2021
Rafael Arbulu09/03/2022 20h16
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Imagem: Universidad Nacional Mayor de San Marcos/Reprodução
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A múmia “Chabelo”, descoberta em 2021 no Peru, estava acompanhada de restos humanos de 20 outras pessoas – oito delas, crianças – que podem ter sido vítimas de algum ritual de sacrifício humano, de acordo com arqueólogos da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, capital do país.

Nós já falamos sobre “Chabelo” aqui no Olhar Digital: a múmia corresponde a um período pré-Inca e era um homem que, pensava-se, morreu com algo entre 18 e 22 anos de idade, em um período relativamente longevo, entre 800 e 1,2 mil anos atrás. Entretanto, revisões e análises feitas no corpo revelaram que, na verdade, o sujeito tinha cerca de 35 anos quando morreu.

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Uma das oito crianças pré-Incas encontradas em um sítio arqueológico junto de múmia no Peru: indício apontam para a realização de sacrifícios humanos
Uma das oito crianças pré-Incas encontradas em um sítio arqueológico junto de múmia no Peru: indício apontam para a realização de sacrifícios humanos (Imagem: Universidad Nacional Mayor de San Marcos/Reprodução)

Revisitando o sítio onde a múmia foi encontrada, os pesquisadores da instituição encontraram restos mortais enrolados e amarrados. Alguns dos restos infantis tinham sinais de violência, como fraturas, e há indícios de que um ritual de sacrifício tenha sido usado, disseram os especialistas.

“Nós sabemos que as sociedades andinas tinham várias práticas funerárias, rituais; e do ponto de vista delas, elas enxergavam o mundo de forma completamente diferente da nossa”, disse Pieter Van Dalen Luna, professor de arqueologia da faculdade e líder do time que está escavando a área. “A concepção da morte era muito importante para eles; era quase que um mundo paralelo, a abóbada dos mortos”.

É bem provável que muitas outras coisas sejam descobertas: a região de Cajamarquilla, onde todos os restos mortais estavam enterrados, é um sítio arqueológico que, há cerca de mil anos, tinha quatro pirâmides e um alto trânsito de pessoas – o que faz os arqueólogos suspeitarem que a região se tratava de um centro comercial bem movimentado.

Entretanto, apenas cerca de 1% do sítio foi escavado. E como não existem registros de escrita naquele período, os trabalhos de pesquisa dependem quase que exclusivamente de percepção contextual vinda de objetos e corpos encontrados para se entender como era a vida na época.

O time agora pretende conduzir análises de DNA e radiocarbono para determinar maiores informações sobre os corpos encontrados.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.