Todo ano, no segundo domingo de março, é celebrado o Dia Internacional do Planetário, um dia em que os planetários em todo o mundo realizam eventos especiais como palestras e exposições. Muitos deles chegam a oferecer entrada gratuita para atrair o maior número de visitantes. E você, já foi a um planetário?

Para quem não conhece, o planetário é uma espécie de teatro, onde o céu noturno, planetas, constelações e outros objetos astronômicos são projetados em uma grande cúpula que envolve toda a plateia. A sensação para o público é de estar contemplando um céu estrelado e outras maravilhas do Universo.

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Imagem da Nebulosa da Hélice projetada no Planetário Supernova da ESO
Imagem da Nebulosa da Hélice projetada no Planetário Supernova da ESO. Créditos: ESO/P. Horálek

Os espetáculos apresentam, de forma lúdica e educativa diversos conceitos astronômicos, culturas estelares e histórias que mostram como a astronomia conduziu a humanidade, desde as migrações dos antigos hominídeos até o auge da sociedade tecnológica atual.

O termo “planetário” também pode ser usado para designar qualquer dispositivo que simula os movimentos do Sistema Solar ou das estrelas. O primeiro que se tem notícia foi construído por Arquimedes, cerca de 250 anos antes de Cristo. O Planetário de Arquimedes era um dispositivo que reproduzia o movimento dos corpos celestes e era capaz de prever um eclipse.

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Mais recentemente, em meados do século XVII, foi construído em Gottorf, na Alemanha, um globo com 3,1 metros de diâmetro que é considerado o precursor do planetário moderno. Em seu lado externo, Globo de Gottorf tem um mapa detalhado da superfície terrestre. Um sistema mecânico movido a água faz com que o globo gire, representando o movimento de rotação da Terra.

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O exterior e o interior do Globo de Gottorf
O exterior (esquerda) e o interior (direita) do Globo de Gottorf.
Créditos: Commander-pirx (esquerda) e Stiftung Schleswig-Holsteinische Landesmuseen/Marcus Dewanger (direita)

O interior do globo apresenta um mapa das constelações de estrelas com suas figuras mitológicas associadas. As pessoas sentadas em seu interior podem ver uma demonstração dos movimentos celestes. Esse magnífico dispositivo resistiu a algumas guerras, foi incendiado, reconstruído e hoje está instalado no Museu de Kunstkamera, em São Petersburgo, na Rússia.

Já o primeiro planetário moderno foi construído há quase 100 anos, também na Alemanha. Oskar von Miller, fundador do Museu Alemão, em 1923, encomendou à empresa Carl Zeiss uma instalação que demonstrasse a posição e os movimentos aparentes das estrelas e planetas, além do Sol e a da Lua.

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Depois de 10 anos trabalhando no projeto, a empresa apresentou, no verão de 1923, a primeira projeção artificial de um céu estrelado na cidade de Jena. Composto de dezenas de lentes e uma infinidade de engrenagens, o dispositivo criado pela Zeiss era capaz de projetar imagens de estrelas e planetas em uma cúpula. O Planetário do Museu Alemão fez um enorme sucesso e a Zeiss recebeu encomendas vindas de todo o mundo.

Projetor Zeiss Mark I, do primeiro planetário moderno
Projetor Zeiss Mark I, do primeiro planetário moderno. Foto: German Museum, Munich

Mas o que popularizou de vez os planetários foram as tecnologias digitais introduzidas no final do século XX. Os complexos dispositivos óptico-mecânicos foram substituídos por projetores multimídia especiais, capazes de projetar imagens de alta definição em uma cúpula.

O planetário se tornou um importante instrumento para ensino da Astronomia. Atualmente, quase todas as grandes cidades do mundo possuem um planetário. E a portabilidade dos projetores digitais possibilitou a criação de planetários móveis com cúpulas infláveis, capazes de levar essa fantástica experiência aos locais mais afastados dos grandes centros.

Planetário do Rio de Janeiro, na Gávea. Ao fundo a cúpula de 23 metros, a maior do Brasil
Planetário do Rio de Janeiro, na Gávea. Ao fundo a cúpula de 23 metros, a maior do Brasil. Foto: Divulgação PMRJ

No Brasil, quase todos os Estados têm ao menos um planetário. A maioria são digitais, mas alguns, mais tradicionais, misturam a qualidade dos projetores óptico-mecânicos com a versatilidade dos digitais. Destaque para o Planetário do Rio de Janeiro, na Gávea, com uma cúpula de 23 metros, e os planetários do Ibirapuera e do Carmo, em São Paulo, que também estão entre os mais visitados do país.

Ainda no Estado de São Paulo, em Campinas, existe o Museu Aberto de Astronomia, que além de um planetário, possui observatório, rádio-telescópios, exposições, e diversos outros equipamentos e atividades. Um verdadeiro paraíso astronômico.

Museu Aberto de Astronomia no Pico das Cabras, em Campinas, SP
Museu Aberto de Astronomia no Pico das Cabras, em Campinas, SP. Foto: Divulgação picodascabras.com.br

Mas não são esses. No site da Associação Brasileira de Planetários, é possível encontrar uma página que lista os planetários em cada Estado do Brasil. Quem sabe não existe um bem perto de você?

E o melhor momento para conhecer e visitar um planetário próximo a você é neste final de semana. Por conta da pandemia de COVID-19, alguns ainda estão fechados. Mas os que estiverem funcionando, terão uma programação especial para o Dia Internacional do Planetário. Vale a pena conferir!

Projeção do céu na cúpula de um planetário
Projeção do céu na cúpula de um planetário. Fonte: Royal Museums Greenwich

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